SIRB “Os Penicheiros” quer dinamizar-se para o futuro
Nas funções de presidente da atual direção da SIRB - Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense “Os Penicheiros” há cerca de um ano, Vítor Santos (VS) admite que esta coletividade, situada no coração da freguesia do Barreiro, constitui “uma escola de vida” que quer adaptar-se “às novas realidades” e disponibilizar mais atividades aos associados.
Para tal, a aposta feita conjuga “a irreverência dos mais novos” e “a experiência dos mais velhos”, em prol da verdadeira essência do Movimento Associativo (MA): intervir para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Para tal, a aposta feita conjuga “a irreverência dos mais novos” e “a experiência dos mais velhos”, em prol da verdadeira essência do Movimento Associativo (MA): intervir para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
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Jornal do Barreiro: Com mais um ano de funções pela frente, quais os objetivos que a direção se propõe alcançar?
Vítor Santos (VS): De um modo geral, pretendemos continuar a desenvolver todos os esforços no sentido de melhorar a qualidade de vida dos associados e contribuir para a comunidade onde estamos inseridos, conjuntamente com outras coletividades congéneres. É a perspetiva que temos do Associativismo. Já foi, aliás, formada a Associação Concelhia das Coletividades do Barreiro, de que fazemos parte, e entendemos que, se as coletividades estiverem juntas, têm muitas possibilidades de desenvolver melhor o Associativismo e, nessa perspetiva, contribuir para resolver os problemas das pessoas, de uma maneira voluntária.
E hoje, no quadro atual em que intervimos, é tudo difícil. Nós, o Movimento Associativo e as instituições em geral, estamos a pagar a fatura da política com que estamos a ser confrontados, porque, quer queiramos quer não, a vida das pessoas também se reflete no MA: aumentou a água, a luz e tudo o que é essencial para a nossa vivência e desenvolvimento das nossas atividades. E o MA tem maneiras de intervir e de lutar para que as coisas melhorem, pois temos por aí situações muito concretas entre associados que desistem da coletividade por razões financeiras.
Jornal do Barreiro: Com mais um ano de funções pela frente, quais os objetivos que a direção se propõe alcançar?
Vítor Santos (VS): De um modo geral, pretendemos continuar a desenvolver todos os esforços no sentido de melhorar a qualidade de vida dos associados e contribuir para a comunidade onde estamos inseridos, conjuntamente com outras coletividades congéneres. É a perspetiva que temos do Associativismo. Já foi, aliás, formada a Associação Concelhia das Coletividades do Barreiro, de que fazemos parte, e entendemos que, se as coletividades estiverem juntas, têm muitas possibilidades de desenvolver melhor o Associativismo e, nessa perspetiva, contribuir para resolver os problemas das pessoas, de uma maneira voluntária.
E hoje, no quadro atual em que intervimos, é tudo difícil. Nós, o Movimento Associativo e as instituições em geral, estamos a pagar a fatura da política com que estamos a ser confrontados, porque, quer queiramos quer não, a vida das pessoas também se reflete no MA: aumentou a água, a luz e tudo o que é essencial para a nossa vivência e desenvolvimento das nossas atividades. E o MA tem maneiras de intervir e de lutar para que as coisas melhorem, pois temos por aí situações muito concretas entre associados que desistem da coletividade por razões financeiras.
2
JB: Que formas têm para tentar diminuir a perda de associados?
VS: Nós continuamos a desenvolver os esforços necessários para continuar à procura de associados. Hoje temos dificuldades financeiras mas temos muitas atividades em que há uma grande intervenção, quer na área do desporto quer na área da cultura, ou do recreio. Quanto mais as pessoas vão participando, mais associados vamos tendo. É assim que vamos contrabalançando com alguma perda de associados.
Estou completamente de acordo que devemos adaptar-nos às novas realidades e uma das formas para tal é procurarmos que a juventude também se insira neste momento que estamos a viver e procure desenvolver no MA aquilo que são os seus anseios e o que gostam de praticar na área da cultura, do desporto ou do recreio.
Aliás, os nossos corpos gerentes incluem jovens e também pessoas de mais idade, com alguma experiência na vida. Costumamos dizer que a irreverência dos mais novos e a experiência dos mais velhos levam-nos a encontrar soluções, às vezes as mais adequadas, nomeadamente às novas realidades.
Além disso, antigamente a nossa coletividade tinha um quadro histórico que se cingia à música, ao teatro e às atividades recreativas (que eram os bailes tradicionais). Hoje estes bailes perderam a adesão das pessoas e temos que nos virar para outro tipo de atividades e, normalmente, o nosso mapa de atividades inclui músicas mais modernas também, desde o hip hop ao jazz.
JB: Que formas têm para tentar diminuir a perda de associados?
VS: Nós continuamos a desenvolver os esforços necessários para continuar à procura de associados. Hoje temos dificuldades financeiras mas temos muitas atividades em que há uma grande intervenção, quer na área do desporto quer na área da cultura, ou do recreio. Quanto mais as pessoas vão participando, mais associados vamos tendo. É assim que vamos contrabalançando com alguma perda de associados.
Estou completamente de acordo que devemos adaptar-nos às novas realidades e uma das formas para tal é procurarmos que a juventude também se insira neste momento que estamos a viver e procure desenvolver no MA aquilo que são os seus anseios e o que gostam de praticar na área da cultura, do desporto ou do recreio.
Aliás, os nossos corpos gerentes incluem jovens e também pessoas de mais idade, com alguma experiência na vida. Costumamos dizer que a irreverência dos mais novos e a experiência dos mais velhos levam-nos a encontrar soluções, às vezes as mais adequadas, nomeadamente às novas realidades.
Além disso, antigamente a nossa coletividade tinha um quadro histórico que se cingia à música, ao teatro e às atividades recreativas (que eram os bailes tradicionais). Hoje estes bailes perderam a adesão das pessoas e temos que nos virar para outro tipo de atividades e, normalmente, o nosso mapa de atividades inclui músicas mais modernas também, desde o hip hop ao jazz.
3
JB: Na tentativa de captar jovens para a coletividade, conseguiram, então, que estes não só fizessem parte dos vossos órgãos sociais como também do próprio café/bar, que tem agora uma nova imagem e dinâmica?
VS: Sim é verdade, no bar são desenvolvidas algumas atividades, aliás, é uma multiplicidade de atividades que nos trazem e com as quais colaboramos. O bar, embora seja adjudicado, com gestão própria, inseriu-se nesta perspetiva de procurar trazer aqui pessoas das mais diversas idades e, nomeadamente, de a juventude dar uma colaboração efetiva para atingirmos os objetivos que pretendemos.
Mas não só o café/bar. Hoje temos aqui a Associação Projéctor – Companhia de Teatro do Barreiro e a Universidade da Terceira Idade do Barreiro, que também fazem aqui ensaios. São protocolos extremamente positivos que também nos trouxeram pessoas, pois uma das questões assentes é que quem integre estes grupos de teatro se faça associado. Não o conseguimos na totalidade, conseguimos em parte, mas é nessa perspetiva que vamos intervindo.
Do ponto de vista financeiro, também para o próprio café/bar vivemos tempos difíceis, pois os jovens que o gerem têm mais dificuldades: as pessoas consomem menos e eles queixam-se, tal como os micro e pequenos comerciantes. Mas está tudo a trabalhar para colocar esta coletividade a desenvolver aquilo que é a sua verdadeira essência que é intervir para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
JB: Na tentativa de captar jovens para a coletividade, conseguiram, então, que estes não só fizessem parte dos vossos órgãos sociais como também do próprio café/bar, que tem agora uma nova imagem e dinâmica?
VS: Sim é verdade, no bar são desenvolvidas algumas atividades, aliás, é uma multiplicidade de atividades que nos trazem e com as quais colaboramos. O bar, embora seja adjudicado, com gestão própria, inseriu-se nesta perspetiva de procurar trazer aqui pessoas das mais diversas idades e, nomeadamente, de a juventude dar uma colaboração efetiva para atingirmos os objetivos que pretendemos.
Mas não só o café/bar. Hoje temos aqui a Associação Projéctor – Companhia de Teatro do Barreiro e a Universidade da Terceira Idade do Barreiro, que também fazem aqui ensaios. São protocolos extremamente positivos que também nos trouxeram pessoas, pois uma das questões assentes é que quem integre estes grupos de teatro se faça associado. Não o conseguimos na totalidade, conseguimos em parte, mas é nessa perspetiva que vamos intervindo.
Do ponto de vista financeiro, também para o próprio café/bar vivemos tempos difíceis, pois os jovens que o gerem têm mais dificuldades: as pessoas consomem menos e eles queixam-se, tal como os micro e pequenos comerciantes. Mas está tudo a trabalhar para colocar esta coletividade a desenvolver aquilo que é a sua verdadeira essência que é intervir para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
4
JB: Considera que se conseguiu uma boa simbiose entre a juventude e as pessoas com mais idade, que acabam por partilhar um mesmo espaço rejuvenescido?
VS: Sim, é um espaço que está um pouco rejuvenescido. Ainda não estão totalmente atingidos os objetivos propostos porque, às vezes, temos projetos, lançamo-nos para eles mas o andamento é muito lento. Mas está a haver alguma colaboração no sentido do que visamos almejar, ainda no essencial, dessa parte.
5
JB: Para além destes, existem outros projetos que estejam a pensar pôr em prática?
VS: As nossas instalações estão envelhecidas e aquilo que pensamos é requalificá-las; sempre tivemos essa esperança. Temos feito algumas candidaturas mas não temos tido a sorte de serem aprovadas, talvez devido ao quadro colocado. Mas algo que desejamos é melhorar as condições para as pessoas, pois, se conseguirmos melhorar o espaço, conseguiremos trazer mais pessoas, de certeza absoluta. Isto para nós também é uma condição essencial. O salão é mais moderno (da década de 50), mas toda a outra parte do edifício é mais antiga (tem mais uns 30 a 40 anos) e toda a manutenção tem custos extremamente elevados.
Neste momento, não temos salas suficientes para as atividades que temos. Constantemente, pessoas procuram-nos para com eles colaborar, no sentido de lhes alugar espaços para levar avante algumas modalidades e isto condiciona-nos. Temos muitas atividades mas poderíamos ter mais se tivéssemos as instalações melhoradas, mas não temos.
A nossa vivência, embora com características diferentes entre coletividades, está sempre a modificar-se e de certeza que vai continuar a ser assim. Acho que o MA está vivo, pois procura resolver os seus problemas internos, nomeadamente que venham às coletividades mais quadros jovens e que estes deem uma grande alteração na adesão às novas realidades e um impulso verdadeiramente importante na intervenção e participação das pessoas.
Penso que, no MA, é fundamental a participação dos associados, a qualquer nível, porque uma coletividade que não tenha os seus associados a participar não está bem. Nós entendemos que é a pedra basilar para fomentar e desenvolver atividades em prol das pessoas.
JB: Considera que se conseguiu uma boa simbiose entre a juventude e as pessoas com mais idade, que acabam por partilhar um mesmo espaço rejuvenescido?
VS: Sim, é um espaço que está um pouco rejuvenescido. Ainda não estão totalmente atingidos os objetivos propostos porque, às vezes, temos projetos, lançamo-nos para eles mas o andamento é muito lento. Mas está a haver alguma colaboração no sentido do que visamos almejar, ainda no essencial, dessa parte.
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JB: Para além destes, existem outros projetos que estejam a pensar pôr em prática?
VS: As nossas instalações estão envelhecidas e aquilo que pensamos é requalificá-las; sempre tivemos essa esperança. Temos feito algumas candidaturas mas não temos tido a sorte de serem aprovadas, talvez devido ao quadro colocado. Mas algo que desejamos é melhorar as condições para as pessoas, pois, se conseguirmos melhorar o espaço, conseguiremos trazer mais pessoas, de certeza absoluta. Isto para nós também é uma condição essencial. O salão é mais moderno (da década de 50), mas toda a outra parte do edifício é mais antiga (tem mais uns 30 a 40 anos) e toda a manutenção tem custos extremamente elevados.
Neste momento, não temos salas suficientes para as atividades que temos. Constantemente, pessoas procuram-nos para com eles colaborar, no sentido de lhes alugar espaços para levar avante algumas modalidades e isto condiciona-nos. Temos muitas atividades mas poderíamos ter mais se tivéssemos as instalações melhoradas, mas não temos.
A nossa vivência, embora com características diferentes entre coletividades, está sempre a modificar-se e de certeza que vai continuar a ser assim. Acho que o MA está vivo, pois procura resolver os seus problemas internos, nomeadamente que venham às coletividades mais quadros jovens e que estes deem uma grande alteração na adesão às novas realidades e um impulso verdadeiramente importante na intervenção e participação das pessoas.
Penso que, no MA, é fundamental a participação dos associados, a qualquer nível, porque uma coletividade que não tenha os seus associados a participar não está bem. Nós entendemos que é a pedra basilar para fomentar e desenvolver atividades em prol das pessoas.
6
JB: Pegando na expressão que utilizou, considera que a SIRB “Os Penicheiros” demonstra que está viva, já que a crise não deve vedar a capacidade de apostar em vários projetos?
VS: A nossa opinião é a de que o MA está vivo e, recordando os tempos antes do 25 de Abril, esta coletividade teve um papel bastante importante no derrube da ditadura do regime fascista; os próprios dirigentes eram, na maioria, operários que vinham para aqui discutir os seus problemas. E digo que, no quadro atual de grandes dificuldades, há uma grande vontade dos dirigentes associativos, mais antigos ou mais novos, de procurarem trazer à consciência das pessoas esta nova realidade que as prejudica e que devemos dar um contributo efetivo, nomeadamente na área da cultura, para consciencializar as pessoas para a realidade presente.
E as coletividades que formaram a Associação de Coletividades do Concelho do Barreiro estão nesta perspetiva. O MA não deve ser estacionário e procurar somente as atividades ditas normais; deve estender-se mais no sentido da luta. Consideramos que devemos continuar a trabalhar sempre também com essa perspetiva, mas, se não nos adaptarmos às novas realidades, é evidente que há uma perda de intervenção do MA.
Mas penso que, neste momento, o MA no Barreiro está nessa direção e a dar os passos essenciais para desenvolver e intervir no que é essencial para as pessoas. E a sua riqueza está também na aprendizagem que dão para a vida. O MA é uma escola de vida. As pessoas devem «agradecer» ao MA esta vivência de procurar resolver os problemas da sociedade em geral.
JB: Pegando na expressão que utilizou, considera que a SIRB “Os Penicheiros” demonstra que está viva, já que a crise não deve vedar a capacidade de apostar em vários projetos?
VS: A nossa opinião é a de que o MA está vivo e, recordando os tempos antes do 25 de Abril, esta coletividade teve um papel bastante importante no derrube da ditadura do regime fascista; os próprios dirigentes eram, na maioria, operários que vinham para aqui discutir os seus problemas. E digo que, no quadro atual de grandes dificuldades, há uma grande vontade dos dirigentes associativos, mais antigos ou mais novos, de procurarem trazer à consciência das pessoas esta nova realidade que as prejudica e que devemos dar um contributo efetivo, nomeadamente na área da cultura, para consciencializar as pessoas para a realidade presente.
E as coletividades que formaram a Associação de Coletividades do Concelho do Barreiro estão nesta perspetiva. O MA não deve ser estacionário e procurar somente as atividades ditas normais; deve estender-se mais no sentido da luta. Consideramos que devemos continuar a trabalhar sempre também com essa perspetiva, mas, se não nos adaptarmos às novas realidades, é evidente que há uma perda de intervenção do MA.
Mas penso que, neste momento, o MA no Barreiro está nessa direção e a dar os passos essenciais para desenvolver e intervir no que é essencial para as pessoas. E a sua riqueza está também na aprendizagem que dão para a vida. O MA é uma escola de vida. As pessoas devem «agradecer» ao MA esta vivência de procurar resolver os problemas da sociedade em geral.