barreiro reconhecido 2012
Galardão Barreiro Reconhecido 2012
ASSOCIATIVISMO
JOÃO DOS REIS
João dos Reis nasce a 10 de Dezembro de 1919 em Lagoa, no Algarve, tendo vindo morar para o Barreiro com apenas quatro anos. Completou a 4ª classe na Escola do Seixas e aos 12 anos começou a trabalhar na Serração Mecânica Barreirense e, aos 18, na Cordoaria Jacinto Nicola. Por esta altura, já era sócio do Grupo Dramático e
Recreativo “Os Leças”, considerando‐o, desde então e até hoje, como a sua primeira casa. Recorde‐se que a colectividade foi fundada a 7 de Fevereiro de 1926, numa barbearia onde se juntavam vários emigrantes que, no Barreiro, encontraram trabalho.
Em 1935, o grupo adquiriu um lote de terreno na Rua do Brasil e aí os associados construíram a actual sede. Foi já neste edifício que João dos Reis participou na fundação da Biblioteca da colectividade, nos anos 40, feito do qual ainda fala com orgulho. Afirma que a Biblioteca era “o seu sonho”.
Por uns anos, quando foi chamado para a tropa, teve de abandonar os Leças, mas regressou ao Barreiro e à colectividade logo que pôde e continuou a lutar e a trabalhar por manter a cultura viva no grupo, promovendo actividades e impulsionado o desenvolvimento da Biblioteca.
Na década de 60, fundou também nos Leças uma comissão cultural com os jovens que iniciaram no Barreiro o Movimento Unitário Democrático Juvenil. Pelo palco da colectividade passaram homens e mulheres do teatro, letras e música, nomeadamente Jacinto Ramos, Maria Barroso, Augusto Casimiro, Lopes Graça, Zeca Afonso, entre
outros.
A par da actividade na colectividade, João dos Reis sempre foi, durante a ditadura, um combatente pela Liberdade e pela Democracia, o que lhe valeu a prisão durante 180 dias.
Foi Presidente dos Leças em 1972 e 73, fez parte dos Órgãos Sociais durante muitos anos e, em 2004, é distinguido como sócio honorário. Como forma de homenagem ao homem que dedicou a vida inteira à colectividade, os Leças deram o nome “João dos Reis” à sala da Direção.
A camaradagem, as conversas, os encontros sempre o motivaram a estar presente e a ajudar a desenvolver o Grupo.
Com 92 anos continua a frequentar assiduamente a sede dos Leças. Hoje, como ao longo da sua vida, continua com a paixão do associativismo e transmitiu‐a aos descendentes. De salientar que até os quatro bisnetos são sócios do Leças e frequentam as actividades desportivas promovidas pela colectividade.
Por uma vida inteira dedicada ao associativismo e em especial ao Grupo Dramático e Recreativo “Os Leças”, a Câmara Municipal do Barreiro atribui a João dos Reis o Galardão Barreiro Reconhecido 2012 na área do Associativismo.
ASSOCIATIVISMO
JOÃO DOS REIS
João dos Reis nasce a 10 de Dezembro de 1919 em Lagoa, no Algarve, tendo vindo morar para o Barreiro com apenas quatro anos. Completou a 4ª classe na Escola do Seixas e aos 12 anos começou a trabalhar na Serração Mecânica Barreirense e, aos 18, na Cordoaria Jacinto Nicola. Por esta altura, já era sócio do Grupo Dramático e
Recreativo “Os Leças”, considerando‐o, desde então e até hoje, como a sua primeira casa. Recorde‐se que a colectividade foi fundada a 7 de Fevereiro de 1926, numa barbearia onde se juntavam vários emigrantes que, no Barreiro, encontraram trabalho.
Em 1935, o grupo adquiriu um lote de terreno na Rua do Brasil e aí os associados construíram a actual sede. Foi já neste edifício que João dos Reis participou na fundação da Biblioteca da colectividade, nos anos 40, feito do qual ainda fala com orgulho. Afirma que a Biblioteca era “o seu sonho”.
Por uns anos, quando foi chamado para a tropa, teve de abandonar os Leças, mas regressou ao Barreiro e à colectividade logo que pôde e continuou a lutar e a trabalhar por manter a cultura viva no grupo, promovendo actividades e impulsionado o desenvolvimento da Biblioteca.
Na década de 60, fundou também nos Leças uma comissão cultural com os jovens que iniciaram no Barreiro o Movimento Unitário Democrático Juvenil. Pelo palco da colectividade passaram homens e mulheres do teatro, letras e música, nomeadamente Jacinto Ramos, Maria Barroso, Augusto Casimiro, Lopes Graça, Zeca Afonso, entre
outros.
A par da actividade na colectividade, João dos Reis sempre foi, durante a ditadura, um combatente pela Liberdade e pela Democracia, o que lhe valeu a prisão durante 180 dias.
Foi Presidente dos Leças em 1972 e 73, fez parte dos Órgãos Sociais durante muitos anos e, em 2004, é distinguido como sócio honorário. Como forma de homenagem ao homem que dedicou a vida inteira à colectividade, os Leças deram o nome “João dos Reis” à sala da Direção.
A camaradagem, as conversas, os encontros sempre o motivaram a estar presente e a ajudar a desenvolver o Grupo.
Com 92 anos continua a frequentar assiduamente a sede dos Leças. Hoje, como ao longo da sua vida, continua com a paixão do associativismo e transmitiu‐a aos descendentes. De salientar que até os quatro bisnetos são sócios do Leças e frequentam as actividades desportivas promovidas pela colectividade.
Por uma vida inteira dedicada ao associativismo e em especial ao Grupo Dramático e Recreativo “Os Leças”, a Câmara Municipal do Barreiro atribui a João dos Reis o Galardão Barreiro Reconhecido 2012 na área do Associativismo.
barreiro reconhecido 2011
GALARDÃO BARREIRO RECONHECIDO 2011
ÁREA DO ASSOCIATIVISMO
Alfredo Joaquim Gonçalves
Nasce a 3 de Outubro de 1959, no Alto do Seixalinho. Nesta freguesia, cresce um Homem que, apaixonadamente, e ao longo de 29 anos,se dedica ao Grupo Dramático e Recreativo “Os Leças”, a “fazer associativismo”, como gosta de dizer…
Os estudos foram sempre feitos em escolas do Barreiro. Cedo inicia a actividade profissional, numa mercearia local, enquanto frequenta o ensino secundário. Ingressa no serviço militar, em 1980. No ano seguinte, começa a trabalhar como analista químico na empresa Amoníaco de Portugal, na então Quimiparque, e lá permanece 28 anos.
Ainda muito jovem ocupa os seus tempos livres no Grupo Dramático e Recreativo “Os Leças”, primeiro como sócio, depois atleta e mais tarde treinador de futebol.
Inicia a actividade como dirigente associativo, em 1982, e exerce vários cargos nos órgãos sociais.
Procura marcar a diferença com ideias inovadoras e apesar do cepticismo de muitos, consegue aproximar a colectividade da população.
É eleito Presidente da Direcção em 1994, cargo que desempenha até hoje.
Graças à sua dedicação, o Grupo obtém o Estatuto de Instituição de Utilidade Pública, em 1995.
Para tentar agradar a todos os sócios elabora um questionário para saber os seus hobbies, dando origem a um plano de actividades com exposições de artesanato, pintura, para além do ensino de Karaté e Ginástica, entre outras.
Por essa altura, os jovens são atraídos à colectividade para as actividades de ocupação de tempos livres nas férias da Páscoa e de Verão.Inúmeros debates são promovidos nos quais participam ilustres personalidades, tais como: Álvaro Cunhal, Mário Soares, Maria Barroso e Mário Castrim.
Em 1998, é inaugurado o pavilhão do “Leças” baptizado com o seu nome e fruto de uma candidatura ao Sub‐Programa 1, do Ministério do Ordenamento do Território.
O seu trabalho é reconhecido diversas vezes por jornais locais e na Assembleia Geral da colectividade é distinguido como sócio Mérito e sócio Honorário.
Segundo Alfredo Gonçalves, o ano de 1999, é o mais marcante como dirigente associativo. Entre muitas iniciativas que ajudou a organizar destaca‐se o Corso Carnavalesco do Barreiro e o Encontro de Presidentes do Movimento Associativo do Barreiro.
O Grupo Dramático e Recreativo “Os Leças” é hoje uma colectividade dinâmica atraindo sócios de todas as gerações.
Alfredo Gonçalves acredita que as colectividades devem ser espaços de sociabilidade e de comunicação interpessoal, onde é possível fortalecer relações de solidariedade.
Actualmente desempregado, sente necessidade de desenvolver novos projectos de intervenção social e cultural e é por isso que, hoje, frequenta a Licenciatura em Animação Sociocultural, na Escola Superior de Educação Jean Piaget.
Pela forma voluntária como se tem dedicado ao Grupo Dramático e Recreativo “Os Leças”e pelo seu valioso contributo para o Movimento Associativo do Concelho, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir a Alfredo Joaquim Gonçalves, o Galardão Barreiro Reconhecido 2011 –Área do Associativismo.
ÁREA DO ASSOCIATIVISMO
Alfredo Joaquim Gonçalves
Nasce a 3 de Outubro de 1959, no Alto do Seixalinho. Nesta freguesia, cresce um Homem que, apaixonadamente, e ao longo de 29 anos,se dedica ao Grupo Dramático e Recreativo “Os Leças”, a “fazer associativismo”, como gosta de dizer…
Os estudos foram sempre feitos em escolas do Barreiro. Cedo inicia a actividade profissional, numa mercearia local, enquanto frequenta o ensino secundário. Ingressa no serviço militar, em 1980. No ano seguinte, começa a trabalhar como analista químico na empresa Amoníaco de Portugal, na então Quimiparque, e lá permanece 28 anos.
Ainda muito jovem ocupa os seus tempos livres no Grupo Dramático e Recreativo “Os Leças”, primeiro como sócio, depois atleta e mais tarde treinador de futebol.
Inicia a actividade como dirigente associativo, em 1982, e exerce vários cargos nos órgãos sociais.
Procura marcar a diferença com ideias inovadoras e apesar do cepticismo de muitos, consegue aproximar a colectividade da população.
É eleito Presidente da Direcção em 1994, cargo que desempenha até hoje.
Graças à sua dedicação, o Grupo obtém o Estatuto de Instituição de Utilidade Pública, em 1995.
Para tentar agradar a todos os sócios elabora um questionário para saber os seus hobbies, dando origem a um plano de actividades com exposições de artesanato, pintura, para além do ensino de Karaté e Ginástica, entre outras.
Por essa altura, os jovens são atraídos à colectividade para as actividades de ocupação de tempos livres nas férias da Páscoa e de Verão.Inúmeros debates são promovidos nos quais participam ilustres personalidades, tais como: Álvaro Cunhal, Mário Soares, Maria Barroso e Mário Castrim.
Em 1998, é inaugurado o pavilhão do “Leças” baptizado com o seu nome e fruto de uma candidatura ao Sub‐Programa 1, do Ministério do Ordenamento do Território.
O seu trabalho é reconhecido diversas vezes por jornais locais e na Assembleia Geral da colectividade é distinguido como sócio Mérito e sócio Honorário.
Segundo Alfredo Gonçalves, o ano de 1999, é o mais marcante como dirigente associativo. Entre muitas iniciativas que ajudou a organizar destaca‐se o Corso Carnavalesco do Barreiro e o Encontro de Presidentes do Movimento Associativo do Barreiro.
O Grupo Dramático e Recreativo “Os Leças” é hoje uma colectividade dinâmica atraindo sócios de todas as gerações.
Alfredo Gonçalves acredita que as colectividades devem ser espaços de sociabilidade e de comunicação interpessoal, onde é possível fortalecer relações de solidariedade.
Actualmente desempregado, sente necessidade de desenvolver novos projectos de intervenção social e cultural e é por isso que, hoje, frequenta a Licenciatura em Animação Sociocultural, na Escola Superior de Educação Jean Piaget.
Pela forma voluntária como se tem dedicado ao Grupo Dramático e Recreativo “Os Leças”e pelo seu valioso contributo para o Movimento Associativo do Concelho, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir a Alfredo Joaquim Gonçalves, o Galardão Barreiro Reconhecido 2011 –Área do Associativismo.
barreiro reconhecido 2010
GALARDÃO “BARREIRO RECONHECIDO” 2010
Associativismo
Benedito dos Santos Marques
Aos oitenta e oito anos, sessenta dos quais dedicados à União Recreativa de Cultura e Desporto de Coina, Benetido dos Santos Marques continua a praticar o associativismo e a contagiar com a sua dinâmica os que com ele privam ou trabalham.
A sua história começa a escrever-se aos 16 anos quando o pai, um colectivista de gema, o leva a assumir o primeiro cargo associativo – Secretário no Grupo Recreativo Bolinhense. Razões profissionais levam-no a sair e a conhecer uma colectividade na Costa de Caparica onde de jogador de futebol passa a dirigente desportivo.
O serviço militar afasta-o… mas por pouco tempo. Regressa à Costa e à colectividade - Centro de Ajuda aos Pescadores - agora como Vogal da Direcção. Tem na altura 22 anos. Uma curta passagem pela Junta Nacional dos Vinhos interrompe o seu percurso associativo mas na CUF, aos 24 anos, o bichinho colectivista volta a pregar-lhe uma
partida. No seu percurso diário, de bicicleta para o trabalho, Benedito foi vendo nascer o edifício do Grupo Desportivo Operário de Coina. No mesmo percurso diário também viria a conhecer a que é hoje sua mulher. Num caso e no outro foi amor para toda a vida!
Este filho de trabalhadores rurais de Azeitão que ainda hoje recorda com saudade a Casa da Brincadeira, designação pela qual era conhecida a colectividade fundada pelo pai e que ele frequenta na infância, adopta Coina como sua terra natal e aí cria raízes.
Do seu empenho resulta a fusão das duas colectividades da freguesia facto que, em 10 de Junho de 1971, origina a inauguração da URCD de Coina. Grande responsável por esta união, Benedito Marques gere conflitos e discórdias e assume a presidência da Direcção durante os três anos seguintes. Em 1974, e na qualidade de Presidente da
Assembleia-geral, decide ausentar-se por uns anos mas logo regressa ao seio da colectividade em 79, assim que ouve dizer que há risco desta fechar. “Enquanto for vivo isto não fecha”. CERIMÓNIA BARREIRO RECONHECIDO | 2010
Esta máxima, que tem guiado a sua acção, faz com que seja ele o primeiro a dizer que sempre gostou de ajudar a fazer coisas para um colectivo. Por isso, nos poucos anos em que esteve fora da URCD, passou pelas direcções do “22 de Novembro” e “Grupo Desportivo da CUF”. Benedito dos Santos Marques integrou, igualmente, a Comissão de
angariação de fundos para a construção do antigo Hospital do Barreiro. Em 1982 quando Maria Elisa pensou em criar um Centro de Assistência à Terceira Idade convidou-o, assim como a outros, para fazer parte da implantação do CATICA. Aceitou esta missão e ainda hoje exerce actividade como secretário da Assembleia-geral.
As direcções iam e vinham mas Benedito integra-as quase todas. Aos cargos de
direcção somam-se os de vogal, de tesoureiro e de secretário. A cada nova Direcção, novo fôlego. As actividades desportivas e os troféus e medalhas sucedem-se nas modalidades de ginástica e futebol feminino, por exemplo. Corria a década de oitenta quando é formada a escola de música e uma orquestra infantil. A primeira actuação foi tão bem sucedida que dos 11 alunos iniciais passaram a 39. Assim nasceu a Banda de Música da URCDC e um projecto denominado “Prevenção Primária” que ajudou alguns alunos a evitar a droga.
Em 2005 e porque não havia ninguém que quisesse continuar, Benedito Marques convidou seis mulheres para integrarem a Direcção da URCD de Coina. Aceitaram e lá
estão até hoje.
Emocionado, recorda que já o seu pai dizia - “uma colectividade é um grupo de indivíduos que associados entre si formam um colectivo. Instalada na sua sede própria a colectividade é uma porta aberta à socialização entre as pessoas. À solidariedade, ao diálogo”. Isto ficou-me na memória e na acção. Nunca o esqueci.
E porque o Barreiro também não esquece, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir a Benedito
Associativismo
Benedito dos Santos Marques
Aos oitenta e oito anos, sessenta dos quais dedicados à União Recreativa de Cultura e Desporto de Coina, Benetido dos Santos Marques continua a praticar o associativismo e a contagiar com a sua dinâmica os que com ele privam ou trabalham.
A sua história começa a escrever-se aos 16 anos quando o pai, um colectivista de gema, o leva a assumir o primeiro cargo associativo – Secretário no Grupo Recreativo Bolinhense. Razões profissionais levam-no a sair e a conhecer uma colectividade na Costa de Caparica onde de jogador de futebol passa a dirigente desportivo.
O serviço militar afasta-o… mas por pouco tempo. Regressa à Costa e à colectividade - Centro de Ajuda aos Pescadores - agora como Vogal da Direcção. Tem na altura 22 anos. Uma curta passagem pela Junta Nacional dos Vinhos interrompe o seu percurso associativo mas na CUF, aos 24 anos, o bichinho colectivista volta a pregar-lhe uma
partida. No seu percurso diário, de bicicleta para o trabalho, Benedito foi vendo nascer o edifício do Grupo Desportivo Operário de Coina. No mesmo percurso diário também viria a conhecer a que é hoje sua mulher. Num caso e no outro foi amor para toda a vida!
Este filho de trabalhadores rurais de Azeitão que ainda hoje recorda com saudade a Casa da Brincadeira, designação pela qual era conhecida a colectividade fundada pelo pai e que ele frequenta na infância, adopta Coina como sua terra natal e aí cria raízes.
Do seu empenho resulta a fusão das duas colectividades da freguesia facto que, em 10 de Junho de 1971, origina a inauguração da URCD de Coina. Grande responsável por esta união, Benedito Marques gere conflitos e discórdias e assume a presidência da Direcção durante os três anos seguintes. Em 1974, e na qualidade de Presidente da
Assembleia-geral, decide ausentar-se por uns anos mas logo regressa ao seio da colectividade em 79, assim que ouve dizer que há risco desta fechar. “Enquanto for vivo isto não fecha”. CERIMÓNIA BARREIRO RECONHECIDO | 2010
Esta máxima, que tem guiado a sua acção, faz com que seja ele o primeiro a dizer que sempre gostou de ajudar a fazer coisas para um colectivo. Por isso, nos poucos anos em que esteve fora da URCD, passou pelas direcções do “22 de Novembro” e “Grupo Desportivo da CUF”. Benedito dos Santos Marques integrou, igualmente, a Comissão de
angariação de fundos para a construção do antigo Hospital do Barreiro. Em 1982 quando Maria Elisa pensou em criar um Centro de Assistência à Terceira Idade convidou-o, assim como a outros, para fazer parte da implantação do CATICA. Aceitou esta missão e ainda hoje exerce actividade como secretário da Assembleia-geral.
As direcções iam e vinham mas Benedito integra-as quase todas. Aos cargos de
direcção somam-se os de vogal, de tesoureiro e de secretário. A cada nova Direcção, novo fôlego. As actividades desportivas e os troféus e medalhas sucedem-se nas modalidades de ginástica e futebol feminino, por exemplo. Corria a década de oitenta quando é formada a escola de música e uma orquestra infantil. A primeira actuação foi tão bem sucedida que dos 11 alunos iniciais passaram a 39. Assim nasceu a Banda de Música da URCDC e um projecto denominado “Prevenção Primária” que ajudou alguns alunos a evitar a droga.
Em 2005 e porque não havia ninguém que quisesse continuar, Benedito Marques convidou seis mulheres para integrarem a Direcção da URCD de Coina. Aceitaram e lá
estão até hoje.
Emocionado, recorda que já o seu pai dizia - “uma colectividade é um grupo de indivíduos que associados entre si formam um colectivo. Instalada na sua sede própria a colectividade é uma porta aberta à socialização entre as pessoas. À solidariedade, ao diálogo”. Isto ficou-me na memória e na acção. Nunca o esqueci.
E porque o Barreiro também não esquece, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir a Benedito
barreiro reconhecido 2009
GALARDÃO «BARREIRO RECONHECIDO» 2009
Associativismo
Adelino Mendes da Silva
A 8 de Fevereiro de 1934, nasce Adelino Mendes da Silva, no Concelho de Marco de Canaveses.
Em 1959, vem para sul trabalhar na Siderurgia Nacional. Nesses anos, já dava os primeiros passos no movimento associativo e, sempre que podia, ajudava o clube da empresa.
Em 1991, assume a Vice-Presidência do Grupo Recreativo União Penalvense e inicia um percurso de entrega, coragem e amor ao associativismo.Mais tarde, em 1993, o “Tio Adelino” como é mais conhecido, é nomeado Presidente. Apesar do Grupo viver num barracão alugado, esta foi para si das melhores direcções que integrou.
Em 1994, foram realizados vários eventos desportivos. Apesar de se terem feito “maravilhas” na altura, Adelino e seus companheiros ansiavam por uma sede própria.
Já sem a sua presidência, no ano 2000, a sede sofre um incêndio. Foi uma altura muito difícil em que alguns sócios queriam desistir, mas Adelino não deixou morrer a colectividade.
Em 2002, volta à presidência e forma um grupo de trabalho com alguns jovens.
Iniciaram diálogo com a Câmara no sentido de se encontrar um terreno. Em 2004,tiveram uma reunião na DRARO, onde foram muito bem recebidos. Enfrentaram muitos problemas na aquisição do terreno, porque este estava anexado à Mata da Machada e a Câmara Municipal do Barreiro é que se disponibilizou para o comprar ao património do estado e oferecer ao Penalvense.
Chega uma resposta positiva à candidatura e o Grupo recebe o financiamento 70 mil Euros. A obra começa no final de 2004. Uma empresa de construção civil inicia os alicerces e os sócios, voluntariamente, constroem o resto.
O sonho realiza-se. Mudam-se para a nova sede em 2008 e desde essa altura têm promovido festas, onde convivem sócios de diferentes gerações.
O rés-do-chão está concluído, mas falta finalizar o primeiro andar. Para tal, entregaram, em Fevereiro deste ano, uma segunda candidatura à CCDR-LVT.
Hoje, apesar de já não estar na presidência, continua a trabalhar no Grupo todos os dias e considera que a sede é já a “sala de visita do povo da Penalva”.
Pela sua abnegação ao associativismo barreirense, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir a Adelino Mendes da Silva, o Galardão «Barreiro Reconhecido», na área do ‘Associativismo’.
Adelino Mendes da Silva
“Não merecia esta condecoração que acabo de receber, não merecia tanto, por isso dedico aos Grupo Recreativo União penalvense e aos meus colegas que comigo formámos os vários grupos de trabalho que levou à construção de uma nova sede. Agradeço todo o carinho que me têm dedicado”
Associativismo
Adelino Mendes da Silva
A 8 de Fevereiro de 1934, nasce Adelino Mendes da Silva, no Concelho de Marco de Canaveses.
Em 1959, vem para sul trabalhar na Siderurgia Nacional. Nesses anos, já dava os primeiros passos no movimento associativo e, sempre que podia, ajudava o clube da empresa.
Em 1991, assume a Vice-Presidência do Grupo Recreativo União Penalvense e inicia um percurso de entrega, coragem e amor ao associativismo.Mais tarde, em 1993, o “Tio Adelino” como é mais conhecido, é nomeado Presidente. Apesar do Grupo viver num barracão alugado, esta foi para si das melhores direcções que integrou.
Em 1994, foram realizados vários eventos desportivos. Apesar de se terem feito “maravilhas” na altura, Adelino e seus companheiros ansiavam por uma sede própria.
Já sem a sua presidência, no ano 2000, a sede sofre um incêndio. Foi uma altura muito difícil em que alguns sócios queriam desistir, mas Adelino não deixou morrer a colectividade.
Em 2002, volta à presidência e forma um grupo de trabalho com alguns jovens.
Iniciaram diálogo com a Câmara no sentido de se encontrar um terreno. Em 2004,tiveram uma reunião na DRARO, onde foram muito bem recebidos. Enfrentaram muitos problemas na aquisição do terreno, porque este estava anexado à Mata da Machada e a Câmara Municipal do Barreiro é que se disponibilizou para o comprar ao património do estado e oferecer ao Penalvense.
Chega uma resposta positiva à candidatura e o Grupo recebe o financiamento 70 mil Euros. A obra começa no final de 2004. Uma empresa de construção civil inicia os alicerces e os sócios, voluntariamente, constroem o resto.
O sonho realiza-se. Mudam-se para a nova sede em 2008 e desde essa altura têm promovido festas, onde convivem sócios de diferentes gerações.
O rés-do-chão está concluído, mas falta finalizar o primeiro andar. Para tal, entregaram, em Fevereiro deste ano, uma segunda candidatura à CCDR-LVT.
Hoje, apesar de já não estar na presidência, continua a trabalhar no Grupo todos os dias e considera que a sede é já a “sala de visita do povo da Penalva”.
Pela sua abnegação ao associativismo barreirense, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir a Adelino Mendes da Silva, o Galardão «Barreiro Reconhecido», na área do ‘Associativismo’.
Adelino Mendes da Silva
“Não merecia esta condecoração que acabo de receber, não merecia tanto, por isso dedico aos Grupo Recreativo União penalvense e aos meus colegas que comigo formámos os vários grupos de trabalho que levou à construção de uma nova sede. Agradeço todo o carinho que me têm dedicado”
GALARDÃO «BARREIRO RECONHECIDO» 2009
Cultura, Artes e Letras
Cine Clube do Barreiro
A 25 de Novembro de 1958, é fundado o Cine Clube do Barreiro, fruto da vontade de trabalhadores da CUF, funcionários públicos e estudantes universitários amantes da fotografia e cinema, tais como Augusto Cabrita e Vicente Bolina.
Desde a sua criação, teve sempre como objectivo divulgar a sétima arte e defender o cinema português, mediante a carência de investimento do Estado nesta área.Ao longo do tempo, tem assumido um percurso de divulgação da Música, Teatro, Cinema e Pintura, revelando um papel importante na animação cultural barreirense.
Nos anos 60, promove a animação do “Canto Livre”, com um encontro no Luso, no qual participou Zeca Afonso, entre outros. Nesse mesmo dia, a PIDE prende todos os membros da Direcção, entre os quais Álvaro Monteiro.
Logo após o 25 de Abril, o Clube promove uma mostra de cinema nas freguesias e anima debates.
Na década de 90, com a alteração dos meios de registo técnicos (com o aparecimento do Vídeo e TV), o Cine Clube foi dos poucos que resistiu e com a Federação Portuguesa de Cinema, reanimou as suas actividades e renovou o movimento, tendo recebido algum apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual.
No final dos anos 90, e em resposta ao abandono das salas de cinema e à diminuição da produção cinematográfica, desenvolve uma acção de formação e procura mobilizar as camadas mais jovens. Nessa altura, há uma renovação significativa da sua massa associativa com o aparecimento de jovens animadores culturais e são eles que hoje
sustentam o Clube.
Actualmente, desenvolve actividade no âmbito do programa cultural de cinema do Auditório Municipal Augusto Cabrita, ao abrigo do protocolo celebrado com a Câmara Municipal do Barreiro, em 2007. Tem, igualmente colaborado com a Escola de Jazz e nas iniciativas Outfest e Parques Vivos.
No âmbito das comemorações dos seus 50 anos, o Cine Clube dispõe do ateliê “À Experiência do Vídeo” vocacionado para os mais jovens.
Actualmente com sede na “velhinha” casa da Rua Almirante Reis nº. 111, no Barreiro, conta com 280 sócios activos e contribuintes.
Pela criação e formação de novos públicos capazes de avaliar e criticar a obra de arte, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir ao Cine Clube do Barreiro, o Galardão «Barreiro Reconhecido», na área de ‘Cultura, Artes e Letras’.
Armando Cunha Santos - Cine Clube
“Sinto uma certa felicidade por na minha idade presidir à homenagem do Cine Clube, numa altura em que comemora os 50 anos de actividade. O Cine Clube deu um contributo que julgamos impar para o desenvolvimento desta terra.
Cine Clube do Barreiro
A 25 de Novembro de 1958, é fundado o Cine Clube do Barreiro, fruto da vontade de trabalhadores da CUF, funcionários públicos e estudantes universitários amantes da fotografia e cinema, tais como Augusto Cabrita e Vicente Bolina.
Desde a sua criação, teve sempre como objectivo divulgar a sétima arte e defender o cinema português, mediante a carência de investimento do Estado nesta área.Ao longo do tempo, tem assumido um percurso de divulgação da Música, Teatro, Cinema e Pintura, revelando um papel importante na animação cultural barreirense.
Nos anos 60, promove a animação do “Canto Livre”, com um encontro no Luso, no qual participou Zeca Afonso, entre outros. Nesse mesmo dia, a PIDE prende todos os membros da Direcção, entre os quais Álvaro Monteiro.
Logo após o 25 de Abril, o Clube promove uma mostra de cinema nas freguesias e anima debates.
Na década de 90, com a alteração dos meios de registo técnicos (com o aparecimento do Vídeo e TV), o Cine Clube foi dos poucos que resistiu e com a Federação Portuguesa de Cinema, reanimou as suas actividades e renovou o movimento, tendo recebido algum apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual.
No final dos anos 90, e em resposta ao abandono das salas de cinema e à diminuição da produção cinematográfica, desenvolve uma acção de formação e procura mobilizar as camadas mais jovens. Nessa altura, há uma renovação significativa da sua massa associativa com o aparecimento de jovens animadores culturais e são eles que hoje
sustentam o Clube.
Actualmente, desenvolve actividade no âmbito do programa cultural de cinema do Auditório Municipal Augusto Cabrita, ao abrigo do protocolo celebrado com a Câmara Municipal do Barreiro, em 2007. Tem, igualmente colaborado com a Escola de Jazz e nas iniciativas Outfest e Parques Vivos.
No âmbito das comemorações dos seus 50 anos, o Cine Clube dispõe do ateliê “À Experiência do Vídeo” vocacionado para os mais jovens.
Actualmente com sede na “velhinha” casa da Rua Almirante Reis nº. 111, no Barreiro, conta com 280 sócios activos e contribuintes.
Pela criação e formação de novos públicos capazes de avaliar e criticar a obra de arte, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir ao Cine Clube do Barreiro, o Galardão «Barreiro Reconhecido», na área de ‘Cultura, Artes e Letras’.
Armando Cunha Santos - Cine Clube
“Sinto uma certa felicidade por na minha idade presidir à homenagem do Cine Clube, numa altura em que comemora os 50 anos de actividade. O Cine Clube deu um contributo que julgamos impar para o desenvolvimento desta terra.
barreiro reconhecido 2008
GALARDÃO “BARREIRO RECONHECIDO” 2008
Associativismo
José Batista
José Batista nasceu a 5 de Dezembro de 1935 em Vila Franca de Xira, tendo vindo morar para o Barreiro com apenas um ano de idade.
Desde muito novo esteve ligado à vida associativa. O Juventude Futebol Clube, no Alto do Seixalinho, foi a primeira colectividade à qual pertenceu, tendo participado no 1º Torneio Popular de Futebol.Aos 18 anos de idade era Director do Grupo Dramático e Recreativo "Os Leças".
Quando casou, aos 20 anos, foi morar para Santo André e, a partir dessa altura até aos dias de hoje, têm-se dedicado à actividade associativa nesta Freguesia.
Foi um dos fundadores e dirigentes do Futebol Clube Quinta da Lomba e, em 1956, juntou-se ao Grupo Desportivo do Texas, que está na origem do Grupo Desportivo "O Independente", criado a 12 de Outubro de 1960. Desde então, José Batista tem permanecido quase sempre na Presidência da Direcção do Clube.
Manter a situação financeira da colectividade em condições tem sido, ao longo de quase 50 anos, uma das prioridades do Presidente.
Foram várias as competições onde “O Independente” participou, tendo como orientador, na modalidade de futebol, José Batista. Com orgulho e emoção recorda a alegria dos jogadores do Independente ao vencerem, contra todas as expectativas, o Campeonato Nacional de Futebol Amador, em 1967.
Hoje, “O Independente” tem cerca de 200 crianças, jovens e veteranos a praticarem atletismo, sendo um clube reconhecido a nível nacional. Neste momento, desenvolve também as modalidades de futebol de salão e natação, tendo como prioridade possibilitar, a todos, o acesso ao desporto.
A vida de José Batista está ligada à história do associativismo no Barreiro e do Grupo Desportivo “O Independente”, sendo, pelas suas características pessoais e pelo trabalho que tem desenvolvido, um dirigente respeitado por todos.
A Câmara Municipal do Barreiro atribui a José Batista o Galardão Barreiro Reconhecido na Área do Associativismo como forma de homenagem a um homem que tem dedicado, de forma voluntária e empenhada, toda a sua vida ao associativismo no Concelho do Barreiro.
Associativismo
José Batista
José Batista nasceu a 5 de Dezembro de 1935 em Vila Franca de Xira, tendo vindo morar para o Barreiro com apenas um ano de idade.
Desde muito novo esteve ligado à vida associativa. O Juventude Futebol Clube, no Alto do Seixalinho, foi a primeira colectividade à qual pertenceu, tendo participado no 1º Torneio Popular de Futebol.Aos 18 anos de idade era Director do Grupo Dramático e Recreativo "Os Leças".
Quando casou, aos 20 anos, foi morar para Santo André e, a partir dessa altura até aos dias de hoje, têm-se dedicado à actividade associativa nesta Freguesia.
Foi um dos fundadores e dirigentes do Futebol Clube Quinta da Lomba e, em 1956, juntou-se ao Grupo Desportivo do Texas, que está na origem do Grupo Desportivo "O Independente", criado a 12 de Outubro de 1960. Desde então, José Batista tem permanecido quase sempre na Presidência da Direcção do Clube.
Manter a situação financeira da colectividade em condições tem sido, ao longo de quase 50 anos, uma das prioridades do Presidente.
Foram várias as competições onde “O Independente” participou, tendo como orientador, na modalidade de futebol, José Batista. Com orgulho e emoção recorda a alegria dos jogadores do Independente ao vencerem, contra todas as expectativas, o Campeonato Nacional de Futebol Amador, em 1967.
Hoje, “O Independente” tem cerca de 200 crianças, jovens e veteranos a praticarem atletismo, sendo um clube reconhecido a nível nacional. Neste momento, desenvolve também as modalidades de futebol de salão e natação, tendo como prioridade possibilitar, a todos, o acesso ao desporto.
A vida de José Batista está ligada à história do associativismo no Barreiro e do Grupo Desportivo “O Independente”, sendo, pelas suas características pessoais e pelo trabalho que tem desenvolvido, um dirigente respeitado por todos.
A Câmara Municipal do Barreiro atribui a José Batista o Galardão Barreiro Reconhecido na Área do Associativismo como forma de homenagem a um homem que tem dedicado, de forma voluntária e empenhada, toda a sua vida ao associativismo no Concelho do Barreiro.
barreiro reconhecido 2007
GALARDÃO “BARREIRO RECONHECIDO”
Associativismo
Emídio Esteves
A 27 de Março de 1932 nascia no Barreiro Emídio Esteves.
Começou a trabalhar com apenas 16 anos como carpinteiro de moldes, e mais tarde veio a desenvolver a sua actividade como contabilista primeiro numa empresa em Lisboa e, posteriormente, num escritório próprio no Barreiro.
Desde muito novo, que encontramos o seu nome ligado a várias colectividades do Concelho do Barreiro, como os Penicheiros, o Clube Naval Barreirense e, principalmente, o Luso Futebol Clube que defendeu e acompanhou até ao fim dos seus dias.
Além de Presidente do Luso Futebol Clube, exerceu outros cargos tendo sido atleta nesta colectividade que, na verdade, era quase a sua segunda casa. Ao longo da vida não foi só através da actividade associativa que Emídio Esteves tentou melhorar a sociedade em que vivemos. A par da sua vida profissional, encontrava tempo, ainda, para desenvolver a actividade política, no âmbito da qual foi deputado municipal e eleito na Junta de Freguesia do Barreiro.
Muitas foram as iniciativas que contaram, na sua organização, com o empenho e dedicação de Emídio Esteves. Destaca-se a participação nas comissões organizadoras da Barrind e das Festas do Barreiro.
Ao longo de 75 anos, Emídio Esteves foi um exemplo de cidadania, um homem de grande honestidade e bondade, sempre pronto para ajudar os outros.
Lembrado, hoje, como um homem de muito fácil relacionamento, comunicativo e com o dom da palavra, esteve sempre empenhado na construção de um Barreiro melhor e na luta por uma sociedade democrática e mais justa.
Como forma de homenagem a um homem que dedicou, de forma voluntária e empenhada, toda a sua vida ao associativismo no Concelho do Barreiro, a Câmara Municipal do Barreiro atribui, a Emídio Esteves, a título póstumo, o
Galardão Barreiro Reconhecido na Área do Associativismo.
Associativismo
Emídio Esteves
A 27 de Março de 1932 nascia no Barreiro Emídio Esteves.
Começou a trabalhar com apenas 16 anos como carpinteiro de moldes, e mais tarde veio a desenvolver a sua actividade como contabilista primeiro numa empresa em Lisboa e, posteriormente, num escritório próprio no Barreiro.
Desde muito novo, que encontramos o seu nome ligado a várias colectividades do Concelho do Barreiro, como os Penicheiros, o Clube Naval Barreirense e, principalmente, o Luso Futebol Clube que defendeu e acompanhou até ao fim dos seus dias.
Além de Presidente do Luso Futebol Clube, exerceu outros cargos tendo sido atleta nesta colectividade que, na verdade, era quase a sua segunda casa. Ao longo da vida não foi só através da actividade associativa que Emídio Esteves tentou melhorar a sociedade em que vivemos. A par da sua vida profissional, encontrava tempo, ainda, para desenvolver a actividade política, no âmbito da qual foi deputado municipal e eleito na Junta de Freguesia do Barreiro.
Muitas foram as iniciativas que contaram, na sua organização, com o empenho e dedicação de Emídio Esteves. Destaca-se a participação nas comissões organizadoras da Barrind e das Festas do Barreiro.
Ao longo de 75 anos, Emídio Esteves foi um exemplo de cidadania, um homem de grande honestidade e bondade, sempre pronto para ajudar os outros.
Lembrado, hoje, como um homem de muito fácil relacionamento, comunicativo e com o dom da palavra, esteve sempre empenhado na construção de um Barreiro melhor e na luta por uma sociedade democrática e mais justa.
Como forma de homenagem a um homem que dedicou, de forma voluntária e empenhada, toda a sua vida ao associativismo no Concelho do Barreiro, a Câmara Municipal do Barreiro atribui, a Emídio Esteves, a título póstumo, o
Galardão Barreiro Reconhecido na Área do Associativismo.
barreiro reconhecido 2006
Barreiro Reconhecido na área do Associativismo
- António Sousa Pereira
Biografia
Natural de Vila Real de Santo António, onde nasceu em 15 de Julho de 1952, António de Jesus Sousa Pereira tem a sua primeira experiência associativa, em Lisboa, aos 16 anos, como fundador do grupo de escuteiros da Graça. Desses tempos iria recordar para sempre a ‘máxima’ de Baden Powell «procura deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraste». Desde então, esse tem sido um objectivo de vida, no qual o associativismo surge, com toda a naturalidade.
Chega ao Barreiro em 1972 e integra-se, de imediato, na Comissão dos Jogos Juvenis do Barreiro. “Para mim, o associativismo foi sempre uma forma de intervenção cívica, uma forma de agir, de intervir e de resistir”.
Foi através do associativismo que se integrou no Barreiro. Começou a frequentar a SFAL – Sociedade Filarmónica Agrícola Lavradiense, e a namorar aquela que viria a ser a sua companheira de sempre. “A SFAL foi a porta que se abriu para a minha integração nesta terra.” Talvez por isso, a história da sua vida esteja tão estreitamente relacionada com a história desta colectividade. Começou por fazer parte da sua Comissão Cultural para, em 1978/79, integrar a Mesa da Assembleia-geral, como secretário. Durante 13 anos, foi o Presidente da Assembleia-geral desta Sociedade Filarmónica cargo que acumulou, a partir de 1984/85 com o de Presidente da Direcção da Cooperativa Pioneiros do Lavradio. Viviam-se anos difíceis e a cooperativa estava numa situação de falência económica. Assumindo que pouco ou nada sabia sobre cooperativas, Sousa Pereira reuniu-se de vontades e saberes, locais e regionais, e todos juntos, ajudaram a criar uma nova loja, aquela que ainda hoje existe no Lavradio, na Rua Egas Moniz. Na luta pela sobrevivência das cooperativas face à concorrência das grandes superfícies surge a NeoCoop que ajudou a fundar e que era o resultado da união das cooperativas do Lavradio, Baixa da Banheira, Alhos Vedros e Moita. A este movimento regional sucedeu-se um outro, mais distrital onde se associaram as cooperativas de Setúbal, de Lisboa, de Palmela, de Grândola e da Cova da Piedade. Assim surgiu a Pluricoop, hoje a maior cooperativa portuguesa de consumo, onde exerceu, durante anos, funções de vice-presidente da Direcção. Sem falsas modéstias assume ter feito parte de um processo decisivo na vida destas cooperativas.
Nos anos que se seguiram, integrou a Fenacoop – Federação Nacional das Cooperativas de Consumo, a Confecoop – Confederação das Cooperativas; o Comité Europeu da Defesa dos Consumidores em Bruxelas; fez parte da delegação portuguesa que, em Manchester, comemorou os 150 anos das cooperativas e o centenário da Aliança Cooperativa Internacional, para além de ter representado as cooperativas no Conselho de Opinião da RTP e RDP durante 8 anos, integrando igualmente, o Conselho Económico e Social pelas Cooperativas. Na Federação das Colectividades de Cultura e Recreio integrou o grupo de estudos do Associativismo.
Apesar de já não ser dirigente cooperativo foi convidado para fazer parte do Conselho Nacional de Consumo como representante das Cooperativas e não conseguiu recusar o cargo de editor da revista Ecoop.
Foram muitos anos, quase 20, de uma experiência de vida muito rica mas confessa que não tinha tempo para mais nada. Depois de 13 anos consecutivos como presidente da Assembleia-geral da SFAL, Sousa Pereira exerceu o cargo de Presidente da Direcção por mais 12 anos, apenas com 2 anos de intervalo. Para trás ficaram Cargos como vice-presidente da direcção do Futebol Clube Barreirense, Presidente da Assembleia-geral da Santa Casa da Misericórdia do Barreiro, e Presidente da Assembleia-geral do Sporting Clube Lavradiense,
Hoje faz parte do Conselho Fiscal da colectividade (já vai para 2 anos), e é director do jornal ‘O Cachaporreiro’. E tal como sempre defendeu - o dirigente deve cultivar e preparar o terreno para que as coisas tenham continuidade – acompanha orgulhosamente ‘ de fora’ o funcionamento da ‘sua’ colectividade. Já editou um livro com dezenas de intervenções que foi compilando ao longo dos anos e tem um blog intitulado «Fazer Associativismo» onde continua a lançar reptos e a renovar dinâmicas. O Associativismo é uma escola de vida e é lá que quer ficar por muitos e bons anos. “É ali o meu espaço de cidadania, é ali o local onde ponho em prática a frase que aprendi quando pequeno «procura deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraste».
Por um percurso de entrega ao mundo associativo feito de criatividade e solidariedade humana, a Câmara Municipal do Barreiro distingue António Sousa Pereira com o Galardão Barreiro Reconhecido na Área do Associativismo.
Barreiro Reconhecido na área do Desporto
- José Francisco da Costa
Biografia
Nasceu em 18 Dezembro 1937, em Silves. Ao longo da vida foi subindo na geografia de Portugal, estando, hoje, radicado no Porto.
Para o Barreiro veio muito novo. Foi no Barreiro que cresceu e onde fez a sua formação escolar e social. Aqui passou toda a adolescência e parte da idade adulta. Considera-se um barreirense. É aqui a “sua terra”
É Professor de educação física e técnico desportivo, tendo-se aposentado há poucos anos.
Foi praticante de basquetebol no Luso Futebol Clube e no Centro Desportivo e Universitário de Lisboa. As posições no campo, no seu tempo, tinham outros nomes. Mas hoje poder-se-ia considerar um “base”, o organizador do jogo da equipa. Simultaneamente, dedicou-se à ginástica, no Futebol Clube Barreirense.
Terminada a carreira de atleta, dedicou-se à de técnico desportivo. Foi treinador de basquetebol no Luso Futebol Clube – onde iniciou a carreira –, no final dos anos 50. No Luso passou pelos vários escalões de formação até aos seniores.
Ingressou no Grupo Desportivo da CUF – hoje o Grupo Desportivo Fabril, onde permaneceu durante toda a década de 60. Nesta altura, ainda foi preparador físico de futebol do clube.
O seu nome está indelevelmente associado aos Jogos Juvenis do Barreiro e ao programa “Iniciação Desportiva”, do Grupo Desportivo da CUF.
Foi um dos três criadores dos Jogos Juvenis do Barreiro, a par de Augusto Valegas e Manuel Roque Saúde. “A ideia surgiu de uma conversa informal”, explicou. Trabalhou no primeiro ano de lançamento da iniciativa mas a vida não permitiu dar continuidade à sua colaboração. Partiria para o Porto.
A animação dos Jogos Juvenis do Barreiro “foi qualquer coisa que nem nós, inicialmente, pensávamos pudesse vir a ter”, reconhece. O sucesso da organização foi total, desde o início. Era um tempo em que não havia televisões, enfim, um certo número de coisas que despertassem o interesse da juventude”. “E a prática desportiva era muito apelativa, sobretudo no Barreiro”. Mas “foi bastante trabalhoso o lançamento”, admite.
Pelo programa “Iniciação Desportiva”, que promoveu durante dez anos, passaram milhares de crianças. As actividades lá desenvolvidas iam desde as práticas desportivas de campo até ao xadrez. Em cada ano havia uma média de 150 a 200 crianças. Era, na sua opinião, uma actividade social extraordinariamente importante. A “Iniciação Desportiva” era frequentada por crianças oriundas de sectores sociais mais desfavorecidos.
Quando rumou ao Norte, prosseguiu a sua carreira de treinador de basquetebol. Orientou as equipas seniores do Centro Desportivo e Universitário do Porto, do Futebol Clube do Porto e da Associação Desportiva Ovarense. Encerrou a carreira de técnico regressando ao CDUP.
Foi, ainda, Seleccionador de Regional das associações de Basquetebol de Setúbal e do Porto.
E títulos?: “Naquele tempo a gente nem ligava. Eram participações modestas”.
Gratificante considera os louvores que recebeu ao longo da vida como reconhecimento da carreira: “As pessoas foram simpáticas para comigo na minha vida”. É Sócio de Mérito das associações de Basquetebol de Setúbal e do Porto. Recebeu um Louvor da Federação Portuguesa de Basquetebol, da Associação de Basquetebol do Porto e da Comissão de Árbitros do Porto. Recebeu, ainda, uma Menção Honrosa da Comissão de Árbitros de Setúbal. E foi galardoado com o Prémio “Prestígio e Consagração” na 3ª Gala da Federação Portuguesa de Basquetebol, em 1996.
No Barreiro, participou, em 63, como prelector na primeira de muitas acções de formação e cursos de treinadores de basquetebol em que estaria envolvido.
Ainda nos anos 60, iniciou a carreira de Professor de Educação Física, no Externato D. Manuel de Mello. Durante a década de 60 viria a passar pelo Colégio Barreirense e pela Escola Preparatória Álvaro Velho.
Nos últimos anos deu aulas na Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física, da Universidade do Porto. Leccionou várias disciplinas de áreas ligadas ao Basquetebol, Treino Desportivo, Desporto Escolar e Avaliação.
Pessoalmente, o que mais o marca são as relações sociais e humanas que manteve toda a sua vida, por todos os lados por onde passou. As relações entre os diversos agentes desportivos, ao longo de todos tempos, constituem um núcleo de filiações muito forte na sua vida. Estes valores cultivou-os ao longo da vida, formando jovens personalidades com uma visão pedagógica.
Pelo seu elevado valor profissional, técnico, social, pedagógico e académico, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir a José Francisco Costa o Galardão “Barreiro Reconhecido”, na área do Desporto.
Barreiro Reconhecido na área da Cultura, Artes e Letras
- Comissariado da Ilustrarte
Biografia
A ILUSTRARTE, Bienal Internacional de Ilustração para a Infância, é um Projecto cultural iniciado em 2003, numa parceria entre a autarquia do Barreiro e a associação VerPra Ler e comissariada por Jú Godinho e Eduardo Filipe.
A ideia de colocar o Barreiro na rota do mundo da ilustração para a infância começou por uma paixão. Como assumem os Comissários da Ilustrarte, “uma paixão feita de olhar, de contemplar e da necessidade, quase compulsiva, de ver sempre mais e melhores imagens”.
Jú Godinho é Professora de Química na Escola Secundária Gil Vicente. Eduardo Filipe, licenciado e doutorado também em Química, é Professor no Instituto Superior Técnico. Ambos nasceram no Barreiro e frequentaram a Escola Mendonça Furtado e a Escola Alfredo da Silva. Apaixonados pela sua terra e pela ilustração para a infância, começaram por constituir uma colecção particular de originais de alguns dos mais famosos ilustradores portugueses e estrangeiros.
De dois em dois anos, coordenam o Prémio Ilustrarte, celebrando a arte da Ilustração para a Infância, dando a conhecer novos autores e distinguindo os melhores trabalhos, apurados por um júri internacional que inclui os melhores nomes da ilustração mundial. Com este evento, o Barreiro pretende seguir os passos de Bolonha e Bratislava, capitais consagradas nesta área.
O sonho apaixonado tornou-se uma realidade de sucesso. Primeiro, foram as muitas viagens, o encontro com os livros, o contacto com os originais, a descoberta dos autores. Daí até à Ilustrarte foi um passo. A primeira edição, em 2003, teve 500 participantes de 30 países. A segunda edição, em 2005, conquistou o dobro da participação, 1000 ilustradores de 50 países. Do Japão à América do Sul, a Bienal Ilustrarte torna-se, assim, rapidamente, uma das grandes manifestações da Ilustração para a Infância, a nível mundial.
Num âmbito paralelo e complementar ao Projecto Ilustrarte, Jú Godinho e Eduardo Filipe têm coordenado, no Barreiro, o lançamento de diversas obras e exposições de originais de autores de renome internacional. Um ciclo regular de exposições, que tem decorrido no Auditório Augusto Cabrita, e agora intitulado “A Arte na Página”, é uma oportunidade para reunir ilustradores, editores, coleccionadores e leitores de todas as idades. Momentos mágicos onde a cor e um olhar sempre renovado sobre o mundo se impõem a cada ilustração.
Pela qualidade do trabalho desenvolvido na divulgação da Ilustração para a Infância, pela excelência do Projecto que coordenam, pela enorme paixão, pelo dinamismo e pela vontade concretizada de projectar o Barreiro no país e no mundo, a Câmara Municipal tem a honra de atribuir a Jú Godinho e Eduardo Filipe, Comissários da Ilustrarte, o Galardão Barreiro Reconhecido, na área Cultura, Artes e Letras.
Barreiro Reconhecido na área da Resistência Anti-Fascista
- Albertina Marques Teixeira
Biografia
Nasceu em Riachos, no distrito de Santarém, em Setembro de 34. Vem para o Barreiro com apenas um ano de idade e esta será, para sempre, a sua terra do coração. Albertina Marques Teixeira cresceu no seio de uma família, numerosa e operária, que na CUF encontrou um meio de subsistência. Contudo, a perspicácia que havia de nortear toda a sua vida, também a faz entender que, na Companhia União Fabril, a repressão e as desigualdades tinham que ser combatidas. É na zona têxtil que conhece uma amiga que a leva, com 22 anos, para o Partido Comunista Português. “Foi uma opção de vida” diz com alegria na voz, “as dificuldades eram muitas mas nós tínhamos uma força tão grande que nunca pensámos em desistir. Pelo contrário!”.
Corria o ano de mil nove e cinquenta e sete quando foi detida e levada para Caxias durante 2 dias. “Certamente que foi denúncia” afirma hoje ao lembrar o susto que a mãe ‘coitadinha’ apanhou, “mas nada me fazia abandonar a luta”. Ainda na CUF alargou os seus contactos e começou a distribuir o Avante, num formato muito pequenino, tantas e tantas vezes disfarçado dentro de um cabazinho de flores. “Cheguei a transportar o Avante, o Militante e o Corticeiro e outros tantos pacotes com maiores quantidades mas nunca fui descoberta.”. Recolher assinaturas era outras das tarefas que desempenhava de forma expedita mas… de vez em quando…, lá era chamada à ‘António Maria Cardoso’ para interrogatório.
“Era só entrada por saída”, confessa, “nunca pegaram em nada”.
A sua casa foi, inúmeras vezes, palco de reuniões dos camaradas que viviam na clandestinidade. Albertina Marques Teixeira possuía uma grande perspicácia e astúcia na defesa das casas, e nunca houve problemas com a entrada e saída dos seus camaradas. “Era uma tarefa tão perigosa quanto apaixonante”. Quando pressentia problemas, levava os materiais do partido para a quinta da mãe que, cuidadosamente, os enterrava na capoeira das galinhas até voltar a ser segura a sua circulação.
Em 1964, deixa para trás o Barreiro, terra de gente operária, firme e lutadora e entra na clandestinidade. Aqui, a Tina (como carinhosamente ainda hoje é conhecida por todos), assume muitas vidas e igual número de pseudónimos. Ao longo dos anos foi Margarida, Ana, Rosa e Paula. “Sentíamos uma responsabilidade tão grande e o nosso amor à causa era tanto que rapidamente assimilávamos os nossos papéis na sociedade.” Mudou de vida, mudou de casa e, por algumas vezes, teve que deixar para trás a família, mas manteve-se firme a um ideal que iria ver concretizado em Abril de 74. “Lutámos muito. Queríamos derrubar o fascismo e devolver a Liberdade ao nosso país.”
Curiosamente, não viveu o 25 de Abril nas ruas como tantas outras pessoas. Na altura estava no Porto e não era seguro abandonar a casa do Partido. “Assisti a tudo da janela, as lágrimas caíam-me, sabia que a minha filha estava no Porto mas não podia vê-la”. Regressa ao Barreiro, só em Maio, com uma irmã que também vivia na clandestinidade, e vai ao encontro do seu companheiro de então, Fernando Blanqui Teixeira que, entretanto, havia ajudado a fundar o primeiro centro de trabalho do pais, do Partido Comunista Português, na Rua Eusébio Leão. Aí, assume tarefas de responsabilidade nos Fundos do Partido. Posteriormente, já na Rua Vasco da Gama, integra a Comissão Concelhia do PCP uma vez mais com responsabilidades na área dos Fundos e com tarefas na Comissão de Freguesia de dirigir os Bairros 5 e 6. Depois de construído o Centro Concelhio do PCP integrou a Comissão de Fundos com responsabilidades na área da Tesouraria.
Aos 71 anos, Albertina Marques Teixeira integra a Comissão de Tesouraria com muitos outros camaradas que são a sua família e desempenha, com a mesma satisfação de sempre, as tarefas de militante do seu partido.
“Até que me sinta útil é por aqui que vou ficar”, confessa, com uma modéstia, simplicidade e honestidade comoventes quando, vindos de alguém, que de tudo abdicou, em prol da Liberdade de um Povo.
“Sinto que, à minha maneira, contribui para construir um mundo melhor. Estou contente com a vida que escolhi e com as opções que fiz!”.
Hoje, o Barreiro agradece-lhe!
Por um percurso de dedicação e combate, Albertina Marques Teixeira recebe da Câmara Municipal do Barreiro o Galardão Barreiro Reconhecido na Área da Resistência Antifascista.
Barreiro Reconhecido na área do Trabalho
- Lenine Rodrigues
Biografia
Nasceu em frente ao Rio, em 1944 no Barreiro Velho, mesmo em frente às antigas instalações dos Bombeiros da Salvação Pública. A casa ainda lá está.
Aprendeu as primeiras letras no Colégio Barreirense e completou a 4ª classe na Verderena. Logo depois, começou a trabalhar como aprendiz de carpinteiro.Aos 14 anos, foi para França, onde viveu até 1976, sempre com o Barreiro no coração.Em solo gaulês voltou a estudar. Fez um curso na Escola ABC de Paris e frequentou a Escola de Belas Artes, durante 3 anos. Entretanto, aprendeu o ofício de torneiro mecânico. Andou pelo mundo a exercê-la. Chegou à Argélia, mas acabou por regressar a Portugal. Já no Barreiro, tornou-se serralheiro. Por onde passou, nunca deixou de fazer “as suas coisas, os desenhos, as pinturas”, mas “guardava tudo”.
Um dia, ainda nos anos 70, deu uma entrevista ao Jornal do Barreiro, que marcou o início da sua revelação.
Um problema de saúde, obrigou-o, nessa altura, a largar a serralharia e o torno. Foi aí que se dedicou “verdadeiramente, a 100 por cento”, ao seu sonho. Ao modelismo e, progressivamente, a outras artes, como a pintura, a escultura, os modelos em prata, a ourivesaria, a gravação em básculas de espingardas, enfim tudo o que fizesse uso do seu virtuosismo manual e da sua imaginação.
Fez as primeiras miniaturas de barcos, quando ainda andava na escola, era muito miúdo”. A “número um” foi feita em cascalheira, a parte exterior do pinheiro bravo.
Os barcos, em miniatura, fá-los ao detalhe por fora e por dentro. Por dentro? Perguntam-lhe “porquê”, se alguns pontos não se vêem depois da peça concluída. “Mas vejo eu”, responde. Aumentados à escala humana, estas embarcações navegariam, assegura. São feitas em rigor, de acordo com todas as leis. Tudo, diz, é real, mesmo o que não se vê. O facto de ser “teimoso” assumido talvez seja a razão de ser de tanta minúcia.
Conhece todas as embarcações. Basta-lhe “olhar” para elas. Conhece, igualmente, todas as peças que as compõem e conhece-lhes quase todos os nomes.
Do Museu de Almada vieram as primeiras encomendas. Participou em exposições e, depois disso, os pedidos sucederam-se. Hoje tem peças suas em colecções particulares e até na posse do Rei Juan Carlos, de Espanha.
Em 1991 expôs, na Torre de Belém, 25 modelos da caravela “Bartolomeu Dias”, oferecidas, entretanto, a clientes do Transitário Arnault, espalhados pelo mundo. Em Espanha, exibiu, em 94, um corte de uma nau quinhentista, a pedido da Comissão dos Descobrimentos, para assinalar o Tratado de Tordesilhas. A peça percorreu a Europa até ficar instalada no Museu Militar, em Lisboa. Em 98, respondendo a um desafio da Torres Joalheiros, em Lisboa, apresentou uma colecção de 13 miniaturas de prata de barcos do Tejo, exposta no Centro Comercial Colombo. Um livro alusivo à iniciativa publicou as imagens repletas de preciosismo.
Um marco na sua carreira foi, ainda, o 1º prémio da Academia de Marinha que obteve, em 2002, com uma fragata do Tejo, que exibiu na exposição “O Mar e Motivos Marítimos”. Do seu currículo constam, também, diversas participações em exposições de pintura.
Não sabe bem o que o inspirou e inspira. Mas vai dizendo que nasceu em frente ao Rio... Dizem-lhe que a sua habilidade faz lembrar um avô paterno, que era um artista com a madeira. Um modelo seu demora, no mínimo, 2 meses a tomar forma. Mas pode demorar ano e meio. O valor também, varia. Pode ascender a milhares de euros, mas para o colocar noutras mãos “tem que estar mesmo bom”.
É, neste momento, “patrão e empregado”. Umas vezes impõe-se o chefe, outras, prevalece o funcionário! Não tem horário de trabalho. Chega a estar 12 horas por dia às voltas com uma peça. Não raras vezes, tem vários trabalhos a decorrer simultaneamente.
O seu gosto por este ofício é inegável. Só lamenta sentir, por vezes, alguma falta de apoio e estímulo para a produção da arte e do artesanato.
Pela destreza manual, pela habilidade, pelo virtuosismo, pela “teimosia” no detalhe e pelo seu amor pela Terra que o viu nascer, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir a Lenine Rodrigues o Galardão “Barreiro Reconhecido”, na área do Trabalho.
Barreiro Reconhecido na área da Empresa
- Metalba
Biografia
A METALBA, constituída em 1971, desenvolve a sua actividade na Vila Chã, freguesia de Santo António da Charneca, assumindo-se como um exemplo de sucesso na área da Metalomecânica, dedicando-se, neste momento, em exclusivo à fabricação de pavimentos metálicos.
José Pina é o rosto discreto de um património empresarial que foi sendo construído a pulso, sempre ultrapassando as diversas fases do seu percurso e os momentos menos bons, com rigor, coragem e honestidade.
As origens desta empresa estão associadas a uma oficina que começou a funcionar em 1968, para execução de pequenos trabalhos, servindo de ocupação dos tempos livre a José Pina e a dois outros companheiros da altura, Gonçalves e Silva.
“Tudo começou com uma máquina de soldar, uma rebarbadora e pouco mais. A empresa cresceu muito rapidamente, em pouco tempo e o espaço foi-se alargando”- recorda, emocionado, o homem que, hoje, com 68 anos, continua a dedicar os dias inteiros a este seu projecto de vida, que deseja ver continuado pelos filhos e pelos netos.
O segredo do sucesso e da credibilidade da empresa, ainda de acordo com o seu administrador, assenta na preocupação constante com a satisfação do cliente, numa avaliação constante e num rigoroso controlo financeiro.
Ao longo dos seus 35 anos de existência, passaram pela Metalba cerca de dois mil trabalhadores. Hoje, garantindo cerca de 50 postos de trabalho, a empresa orgulha-se de contribuir para o desenvolvimento do país. No passado, a Metalba dedicou-se à área da construção naval mas a grande aposta é, actualmente, na fabricação de piso em ferro e inox de elevada qualidade, que é utilizado em todo o país e exportado para todo o mundo, nomeadamente para países como a Espanha, a Rússia, a Inglaterra ou a China.
Os objectivos desta empresa barreirense passam pelo constante aperfeiçoamento da maquinaria existente, por continuar a criar modelos exclusivos e reforçar a aposta na assistência ao cliente e na modernização para conseguir atingir maior qualidade e rapidez de produção.
Pelo papel importante que desempenha no contexto local, mas também a nível nacional e internacional, na sua área de especialização, pelo seu percurso, pelo seu dinamismo empresarial e pelo exemplo de qualidade que representa, a Câmara Municipal tem a honra de atribuir o Galardão Barreiro Reconhecido, na área Empresa, à METALBA.
Links:
artbarreiro
Jornal Rostos
http://www.artbarreiro.com/noticias/barreirorec/galardoados1.html
http://www.artbarreiro.com/noticias/barreirorec/galardoados.html
- António Sousa Pereira
Biografia
Natural de Vila Real de Santo António, onde nasceu em 15 de Julho de 1952, António de Jesus Sousa Pereira tem a sua primeira experiência associativa, em Lisboa, aos 16 anos, como fundador do grupo de escuteiros da Graça. Desses tempos iria recordar para sempre a ‘máxima’ de Baden Powell «procura deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraste». Desde então, esse tem sido um objectivo de vida, no qual o associativismo surge, com toda a naturalidade.
Chega ao Barreiro em 1972 e integra-se, de imediato, na Comissão dos Jogos Juvenis do Barreiro. “Para mim, o associativismo foi sempre uma forma de intervenção cívica, uma forma de agir, de intervir e de resistir”.
Foi através do associativismo que se integrou no Barreiro. Começou a frequentar a SFAL – Sociedade Filarmónica Agrícola Lavradiense, e a namorar aquela que viria a ser a sua companheira de sempre. “A SFAL foi a porta que se abriu para a minha integração nesta terra.” Talvez por isso, a história da sua vida esteja tão estreitamente relacionada com a história desta colectividade. Começou por fazer parte da sua Comissão Cultural para, em 1978/79, integrar a Mesa da Assembleia-geral, como secretário. Durante 13 anos, foi o Presidente da Assembleia-geral desta Sociedade Filarmónica cargo que acumulou, a partir de 1984/85 com o de Presidente da Direcção da Cooperativa Pioneiros do Lavradio. Viviam-se anos difíceis e a cooperativa estava numa situação de falência económica. Assumindo que pouco ou nada sabia sobre cooperativas, Sousa Pereira reuniu-se de vontades e saberes, locais e regionais, e todos juntos, ajudaram a criar uma nova loja, aquela que ainda hoje existe no Lavradio, na Rua Egas Moniz. Na luta pela sobrevivência das cooperativas face à concorrência das grandes superfícies surge a NeoCoop que ajudou a fundar e que era o resultado da união das cooperativas do Lavradio, Baixa da Banheira, Alhos Vedros e Moita. A este movimento regional sucedeu-se um outro, mais distrital onde se associaram as cooperativas de Setúbal, de Lisboa, de Palmela, de Grândola e da Cova da Piedade. Assim surgiu a Pluricoop, hoje a maior cooperativa portuguesa de consumo, onde exerceu, durante anos, funções de vice-presidente da Direcção. Sem falsas modéstias assume ter feito parte de um processo decisivo na vida destas cooperativas.
Nos anos que se seguiram, integrou a Fenacoop – Federação Nacional das Cooperativas de Consumo, a Confecoop – Confederação das Cooperativas; o Comité Europeu da Defesa dos Consumidores em Bruxelas; fez parte da delegação portuguesa que, em Manchester, comemorou os 150 anos das cooperativas e o centenário da Aliança Cooperativa Internacional, para além de ter representado as cooperativas no Conselho de Opinião da RTP e RDP durante 8 anos, integrando igualmente, o Conselho Económico e Social pelas Cooperativas. Na Federação das Colectividades de Cultura e Recreio integrou o grupo de estudos do Associativismo.
Apesar de já não ser dirigente cooperativo foi convidado para fazer parte do Conselho Nacional de Consumo como representante das Cooperativas e não conseguiu recusar o cargo de editor da revista Ecoop.
Foram muitos anos, quase 20, de uma experiência de vida muito rica mas confessa que não tinha tempo para mais nada. Depois de 13 anos consecutivos como presidente da Assembleia-geral da SFAL, Sousa Pereira exerceu o cargo de Presidente da Direcção por mais 12 anos, apenas com 2 anos de intervalo. Para trás ficaram Cargos como vice-presidente da direcção do Futebol Clube Barreirense, Presidente da Assembleia-geral da Santa Casa da Misericórdia do Barreiro, e Presidente da Assembleia-geral do Sporting Clube Lavradiense,
Hoje faz parte do Conselho Fiscal da colectividade (já vai para 2 anos), e é director do jornal ‘O Cachaporreiro’. E tal como sempre defendeu - o dirigente deve cultivar e preparar o terreno para que as coisas tenham continuidade – acompanha orgulhosamente ‘ de fora’ o funcionamento da ‘sua’ colectividade. Já editou um livro com dezenas de intervenções que foi compilando ao longo dos anos e tem um blog intitulado «Fazer Associativismo» onde continua a lançar reptos e a renovar dinâmicas. O Associativismo é uma escola de vida e é lá que quer ficar por muitos e bons anos. “É ali o meu espaço de cidadania, é ali o local onde ponho em prática a frase que aprendi quando pequeno «procura deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraste».
Por um percurso de entrega ao mundo associativo feito de criatividade e solidariedade humana, a Câmara Municipal do Barreiro distingue António Sousa Pereira com o Galardão Barreiro Reconhecido na Área do Associativismo.
Barreiro Reconhecido na área do Desporto
- José Francisco da Costa
Biografia
Nasceu em 18 Dezembro 1937, em Silves. Ao longo da vida foi subindo na geografia de Portugal, estando, hoje, radicado no Porto.
Para o Barreiro veio muito novo. Foi no Barreiro que cresceu e onde fez a sua formação escolar e social. Aqui passou toda a adolescência e parte da idade adulta. Considera-se um barreirense. É aqui a “sua terra”
É Professor de educação física e técnico desportivo, tendo-se aposentado há poucos anos.
Foi praticante de basquetebol no Luso Futebol Clube e no Centro Desportivo e Universitário de Lisboa. As posições no campo, no seu tempo, tinham outros nomes. Mas hoje poder-se-ia considerar um “base”, o organizador do jogo da equipa. Simultaneamente, dedicou-se à ginástica, no Futebol Clube Barreirense.
Terminada a carreira de atleta, dedicou-se à de técnico desportivo. Foi treinador de basquetebol no Luso Futebol Clube – onde iniciou a carreira –, no final dos anos 50. No Luso passou pelos vários escalões de formação até aos seniores.
Ingressou no Grupo Desportivo da CUF – hoje o Grupo Desportivo Fabril, onde permaneceu durante toda a década de 60. Nesta altura, ainda foi preparador físico de futebol do clube.
O seu nome está indelevelmente associado aos Jogos Juvenis do Barreiro e ao programa “Iniciação Desportiva”, do Grupo Desportivo da CUF.
Foi um dos três criadores dos Jogos Juvenis do Barreiro, a par de Augusto Valegas e Manuel Roque Saúde. “A ideia surgiu de uma conversa informal”, explicou. Trabalhou no primeiro ano de lançamento da iniciativa mas a vida não permitiu dar continuidade à sua colaboração. Partiria para o Porto.
A animação dos Jogos Juvenis do Barreiro “foi qualquer coisa que nem nós, inicialmente, pensávamos pudesse vir a ter”, reconhece. O sucesso da organização foi total, desde o início. Era um tempo em que não havia televisões, enfim, um certo número de coisas que despertassem o interesse da juventude”. “E a prática desportiva era muito apelativa, sobretudo no Barreiro”. Mas “foi bastante trabalhoso o lançamento”, admite.
Pelo programa “Iniciação Desportiva”, que promoveu durante dez anos, passaram milhares de crianças. As actividades lá desenvolvidas iam desde as práticas desportivas de campo até ao xadrez. Em cada ano havia uma média de 150 a 200 crianças. Era, na sua opinião, uma actividade social extraordinariamente importante. A “Iniciação Desportiva” era frequentada por crianças oriundas de sectores sociais mais desfavorecidos.
Quando rumou ao Norte, prosseguiu a sua carreira de treinador de basquetebol. Orientou as equipas seniores do Centro Desportivo e Universitário do Porto, do Futebol Clube do Porto e da Associação Desportiva Ovarense. Encerrou a carreira de técnico regressando ao CDUP.
Foi, ainda, Seleccionador de Regional das associações de Basquetebol de Setúbal e do Porto.
E títulos?: “Naquele tempo a gente nem ligava. Eram participações modestas”.
Gratificante considera os louvores que recebeu ao longo da vida como reconhecimento da carreira: “As pessoas foram simpáticas para comigo na minha vida”. É Sócio de Mérito das associações de Basquetebol de Setúbal e do Porto. Recebeu um Louvor da Federação Portuguesa de Basquetebol, da Associação de Basquetebol do Porto e da Comissão de Árbitros do Porto. Recebeu, ainda, uma Menção Honrosa da Comissão de Árbitros de Setúbal. E foi galardoado com o Prémio “Prestígio e Consagração” na 3ª Gala da Federação Portuguesa de Basquetebol, em 1996.
No Barreiro, participou, em 63, como prelector na primeira de muitas acções de formação e cursos de treinadores de basquetebol em que estaria envolvido.
Ainda nos anos 60, iniciou a carreira de Professor de Educação Física, no Externato D. Manuel de Mello. Durante a década de 60 viria a passar pelo Colégio Barreirense e pela Escola Preparatória Álvaro Velho.
Nos últimos anos deu aulas na Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física, da Universidade do Porto. Leccionou várias disciplinas de áreas ligadas ao Basquetebol, Treino Desportivo, Desporto Escolar e Avaliação.
Pessoalmente, o que mais o marca são as relações sociais e humanas que manteve toda a sua vida, por todos os lados por onde passou. As relações entre os diversos agentes desportivos, ao longo de todos tempos, constituem um núcleo de filiações muito forte na sua vida. Estes valores cultivou-os ao longo da vida, formando jovens personalidades com uma visão pedagógica.
Pelo seu elevado valor profissional, técnico, social, pedagógico e académico, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir a José Francisco Costa o Galardão “Barreiro Reconhecido”, na área do Desporto.
Barreiro Reconhecido na área da Cultura, Artes e Letras
- Comissariado da Ilustrarte
Biografia
A ILUSTRARTE, Bienal Internacional de Ilustração para a Infância, é um Projecto cultural iniciado em 2003, numa parceria entre a autarquia do Barreiro e a associação VerPra Ler e comissariada por Jú Godinho e Eduardo Filipe.
A ideia de colocar o Barreiro na rota do mundo da ilustração para a infância começou por uma paixão. Como assumem os Comissários da Ilustrarte, “uma paixão feita de olhar, de contemplar e da necessidade, quase compulsiva, de ver sempre mais e melhores imagens”.
Jú Godinho é Professora de Química na Escola Secundária Gil Vicente. Eduardo Filipe, licenciado e doutorado também em Química, é Professor no Instituto Superior Técnico. Ambos nasceram no Barreiro e frequentaram a Escola Mendonça Furtado e a Escola Alfredo da Silva. Apaixonados pela sua terra e pela ilustração para a infância, começaram por constituir uma colecção particular de originais de alguns dos mais famosos ilustradores portugueses e estrangeiros.
De dois em dois anos, coordenam o Prémio Ilustrarte, celebrando a arte da Ilustração para a Infância, dando a conhecer novos autores e distinguindo os melhores trabalhos, apurados por um júri internacional que inclui os melhores nomes da ilustração mundial. Com este evento, o Barreiro pretende seguir os passos de Bolonha e Bratislava, capitais consagradas nesta área.
O sonho apaixonado tornou-se uma realidade de sucesso. Primeiro, foram as muitas viagens, o encontro com os livros, o contacto com os originais, a descoberta dos autores. Daí até à Ilustrarte foi um passo. A primeira edição, em 2003, teve 500 participantes de 30 países. A segunda edição, em 2005, conquistou o dobro da participação, 1000 ilustradores de 50 países. Do Japão à América do Sul, a Bienal Ilustrarte torna-se, assim, rapidamente, uma das grandes manifestações da Ilustração para a Infância, a nível mundial.
Num âmbito paralelo e complementar ao Projecto Ilustrarte, Jú Godinho e Eduardo Filipe têm coordenado, no Barreiro, o lançamento de diversas obras e exposições de originais de autores de renome internacional. Um ciclo regular de exposições, que tem decorrido no Auditório Augusto Cabrita, e agora intitulado “A Arte na Página”, é uma oportunidade para reunir ilustradores, editores, coleccionadores e leitores de todas as idades. Momentos mágicos onde a cor e um olhar sempre renovado sobre o mundo se impõem a cada ilustração.
Pela qualidade do trabalho desenvolvido na divulgação da Ilustração para a Infância, pela excelência do Projecto que coordenam, pela enorme paixão, pelo dinamismo e pela vontade concretizada de projectar o Barreiro no país e no mundo, a Câmara Municipal tem a honra de atribuir a Jú Godinho e Eduardo Filipe, Comissários da Ilustrarte, o Galardão Barreiro Reconhecido, na área Cultura, Artes e Letras.
Barreiro Reconhecido na área da Resistência Anti-Fascista
- Albertina Marques Teixeira
Biografia
Nasceu em Riachos, no distrito de Santarém, em Setembro de 34. Vem para o Barreiro com apenas um ano de idade e esta será, para sempre, a sua terra do coração. Albertina Marques Teixeira cresceu no seio de uma família, numerosa e operária, que na CUF encontrou um meio de subsistência. Contudo, a perspicácia que havia de nortear toda a sua vida, também a faz entender que, na Companhia União Fabril, a repressão e as desigualdades tinham que ser combatidas. É na zona têxtil que conhece uma amiga que a leva, com 22 anos, para o Partido Comunista Português. “Foi uma opção de vida” diz com alegria na voz, “as dificuldades eram muitas mas nós tínhamos uma força tão grande que nunca pensámos em desistir. Pelo contrário!”.
Corria o ano de mil nove e cinquenta e sete quando foi detida e levada para Caxias durante 2 dias. “Certamente que foi denúncia” afirma hoje ao lembrar o susto que a mãe ‘coitadinha’ apanhou, “mas nada me fazia abandonar a luta”. Ainda na CUF alargou os seus contactos e começou a distribuir o Avante, num formato muito pequenino, tantas e tantas vezes disfarçado dentro de um cabazinho de flores. “Cheguei a transportar o Avante, o Militante e o Corticeiro e outros tantos pacotes com maiores quantidades mas nunca fui descoberta.”. Recolher assinaturas era outras das tarefas que desempenhava de forma expedita mas… de vez em quando…, lá era chamada à ‘António Maria Cardoso’ para interrogatório.
“Era só entrada por saída”, confessa, “nunca pegaram em nada”.
A sua casa foi, inúmeras vezes, palco de reuniões dos camaradas que viviam na clandestinidade. Albertina Marques Teixeira possuía uma grande perspicácia e astúcia na defesa das casas, e nunca houve problemas com a entrada e saída dos seus camaradas. “Era uma tarefa tão perigosa quanto apaixonante”. Quando pressentia problemas, levava os materiais do partido para a quinta da mãe que, cuidadosamente, os enterrava na capoeira das galinhas até voltar a ser segura a sua circulação.
Em 1964, deixa para trás o Barreiro, terra de gente operária, firme e lutadora e entra na clandestinidade. Aqui, a Tina (como carinhosamente ainda hoje é conhecida por todos), assume muitas vidas e igual número de pseudónimos. Ao longo dos anos foi Margarida, Ana, Rosa e Paula. “Sentíamos uma responsabilidade tão grande e o nosso amor à causa era tanto que rapidamente assimilávamos os nossos papéis na sociedade.” Mudou de vida, mudou de casa e, por algumas vezes, teve que deixar para trás a família, mas manteve-se firme a um ideal que iria ver concretizado em Abril de 74. “Lutámos muito. Queríamos derrubar o fascismo e devolver a Liberdade ao nosso país.”
Curiosamente, não viveu o 25 de Abril nas ruas como tantas outras pessoas. Na altura estava no Porto e não era seguro abandonar a casa do Partido. “Assisti a tudo da janela, as lágrimas caíam-me, sabia que a minha filha estava no Porto mas não podia vê-la”. Regressa ao Barreiro, só em Maio, com uma irmã que também vivia na clandestinidade, e vai ao encontro do seu companheiro de então, Fernando Blanqui Teixeira que, entretanto, havia ajudado a fundar o primeiro centro de trabalho do pais, do Partido Comunista Português, na Rua Eusébio Leão. Aí, assume tarefas de responsabilidade nos Fundos do Partido. Posteriormente, já na Rua Vasco da Gama, integra a Comissão Concelhia do PCP uma vez mais com responsabilidades na área dos Fundos e com tarefas na Comissão de Freguesia de dirigir os Bairros 5 e 6. Depois de construído o Centro Concelhio do PCP integrou a Comissão de Fundos com responsabilidades na área da Tesouraria.
Aos 71 anos, Albertina Marques Teixeira integra a Comissão de Tesouraria com muitos outros camaradas que são a sua família e desempenha, com a mesma satisfação de sempre, as tarefas de militante do seu partido.
“Até que me sinta útil é por aqui que vou ficar”, confessa, com uma modéstia, simplicidade e honestidade comoventes quando, vindos de alguém, que de tudo abdicou, em prol da Liberdade de um Povo.
“Sinto que, à minha maneira, contribui para construir um mundo melhor. Estou contente com a vida que escolhi e com as opções que fiz!”.
Hoje, o Barreiro agradece-lhe!
Por um percurso de dedicação e combate, Albertina Marques Teixeira recebe da Câmara Municipal do Barreiro o Galardão Barreiro Reconhecido na Área da Resistência Antifascista.
Barreiro Reconhecido na área do Trabalho
- Lenine Rodrigues
Biografia
Nasceu em frente ao Rio, em 1944 no Barreiro Velho, mesmo em frente às antigas instalações dos Bombeiros da Salvação Pública. A casa ainda lá está.
Aprendeu as primeiras letras no Colégio Barreirense e completou a 4ª classe na Verderena. Logo depois, começou a trabalhar como aprendiz de carpinteiro.Aos 14 anos, foi para França, onde viveu até 1976, sempre com o Barreiro no coração.Em solo gaulês voltou a estudar. Fez um curso na Escola ABC de Paris e frequentou a Escola de Belas Artes, durante 3 anos. Entretanto, aprendeu o ofício de torneiro mecânico. Andou pelo mundo a exercê-la. Chegou à Argélia, mas acabou por regressar a Portugal. Já no Barreiro, tornou-se serralheiro. Por onde passou, nunca deixou de fazer “as suas coisas, os desenhos, as pinturas”, mas “guardava tudo”.
Um dia, ainda nos anos 70, deu uma entrevista ao Jornal do Barreiro, que marcou o início da sua revelação.
Um problema de saúde, obrigou-o, nessa altura, a largar a serralharia e o torno. Foi aí que se dedicou “verdadeiramente, a 100 por cento”, ao seu sonho. Ao modelismo e, progressivamente, a outras artes, como a pintura, a escultura, os modelos em prata, a ourivesaria, a gravação em básculas de espingardas, enfim tudo o que fizesse uso do seu virtuosismo manual e da sua imaginação.
Fez as primeiras miniaturas de barcos, quando ainda andava na escola, era muito miúdo”. A “número um” foi feita em cascalheira, a parte exterior do pinheiro bravo.
Os barcos, em miniatura, fá-los ao detalhe por fora e por dentro. Por dentro? Perguntam-lhe “porquê”, se alguns pontos não se vêem depois da peça concluída. “Mas vejo eu”, responde. Aumentados à escala humana, estas embarcações navegariam, assegura. São feitas em rigor, de acordo com todas as leis. Tudo, diz, é real, mesmo o que não se vê. O facto de ser “teimoso” assumido talvez seja a razão de ser de tanta minúcia.
Conhece todas as embarcações. Basta-lhe “olhar” para elas. Conhece, igualmente, todas as peças que as compõem e conhece-lhes quase todos os nomes.
Do Museu de Almada vieram as primeiras encomendas. Participou em exposições e, depois disso, os pedidos sucederam-se. Hoje tem peças suas em colecções particulares e até na posse do Rei Juan Carlos, de Espanha.
Em 1991 expôs, na Torre de Belém, 25 modelos da caravela “Bartolomeu Dias”, oferecidas, entretanto, a clientes do Transitário Arnault, espalhados pelo mundo. Em Espanha, exibiu, em 94, um corte de uma nau quinhentista, a pedido da Comissão dos Descobrimentos, para assinalar o Tratado de Tordesilhas. A peça percorreu a Europa até ficar instalada no Museu Militar, em Lisboa. Em 98, respondendo a um desafio da Torres Joalheiros, em Lisboa, apresentou uma colecção de 13 miniaturas de prata de barcos do Tejo, exposta no Centro Comercial Colombo. Um livro alusivo à iniciativa publicou as imagens repletas de preciosismo.
Um marco na sua carreira foi, ainda, o 1º prémio da Academia de Marinha que obteve, em 2002, com uma fragata do Tejo, que exibiu na exposição “O Mar e Motivos Marítimos”. Do seu currículo constam, também, diversas participações em exposições de pintura.
Não sabe bem o que o inspirou e inspira. Mas vai dizendo que nasceu em frente ao Rio... Dizem-lhe que a sua habilidade faz lembrar um avô paterno, que era um artista com a madeira. Um modelo seu demora, no mínimo, 2 meses a tomar forma. Mas pode demorar ano e meio. O valor também, varia. Pode ascender a milhares de euros, mas para o colocar noutras mãos “tem que estar mesmo bom”.
É, neste momento, “patrão e empregado”. Umas vezes impõe-se o chefe, outras, prevalece o funcionário! Não tem horário de trabalho. Chega a estar 12 horas por dia às voltas com uma peça. Não raras vezes, tem vários trabalhos a decorrer simultaneamente.
O seu gosto por este ofício é inegável. Só lamenta sentir, por vezes, alguma falta de apoio e estímulo para a produção da arte e do artesanato.
Pela destreza manual, pela habilidade, pelo virtuosismo, pela “teimosia” no detalhe e pelo seu amor pela Terra que o viu nascer, a Câmara Municipal do Barreiro tem a honra de atribuir a Lenine Rodrigues o Galardão “Barreiro Reconhecido”, na área do Trabalho.
Barreiro Reconhecido na área da Empresa
- Metalba
Biografia
A METALBA, constituída em 1971, desenvolve a sua actividade na Vila Chã, freguesia de Santo António da Charneca, assumindo-se como um exemplo de sucesso na área da Metalomecânica, dedicando-se, neste momento, em exclusivo à fabricação de pavimentos metálicos.
José Pina é o rosto discreto de um património empresarial que foi sendo construído a pulso, sempre ultrapassando as diversas fases do seu percurso e os momentos menos bons, com rigor, coragem e honestidade.
As origens desta empresa estão associadas a uma oficina que começou a funcionar em 1968, para execução de pequenos trabalhos, servindo de ocupação dos tempos livre a José Pina e a dois outros companheiros da altura, Gonçalves e Silva.
“Tudo começou com uma máquina de soldar, uma rebarbadora e pouco mais. A empresa cresceu muito rapidamente, em pouco tempo e o espaço foi-se alargando”- recorda, emocionado, o homem que, hoje, com 68 anos, continua a dedicar os dias inteiros a este seu projecto de vida, que deseja ver continuado pelos filhos e pelos netos.
O segredo do sucesso e da credibilidade da empresa, ainda de acordo com o seu administrador, assenta na preocupação constante com a satisfação do cliente, numa avaliação constante e num rigoroso controlo financeiro.
Ao longo dos seus 35 anos de existência, passaram pela Metalba cerca de dois mil trabalhadores. Hoje, garantindo cerca de 50 postos de trabalho, a empresa orgulha-se de contribuir para o desenvolvimento do país. No passado, a Metalba dedicou-se à área da construção naval mas a grande aposta é, actualmente, na fabricação de piso em ferro e inox de elevada qualidade, que é utilizado em todo o país e exportado para todo o mundo, nomeadamente para países como a Espanha, a Rússia, a Inglaterra ou a China.
Os objectivos desta empresa barreirense passam pelo constante aperfeiçoamento da maquinaria existente, por continuar a criar modelos exclusivos e reforçar a aposta na assistência ao cliente e na modernização para conseguir atingir maior qualidade e rapidez de produção.
Pelo papel importante que desempenha no contexto local, mas também a nível nacional e internacional, na sua área de especialização, pelo seu percurso, pelo seu dinamismo empresarial e pelo exemplo de qualidade que representa, a Câmara Municipal tem a honra de atribuir o Galardão Barreiro Reconhecido, na área Empresa, à METALBA.
Links:
artbarreiro
Jornal Rostos
http://www.artbarreiro.com/noticias/barreirorec/galardoados1.html
http://www.artbarreiro.com/noticias/barreirorec/galardoados.html