gRUPO cORAL E iNSTRUMENTAL DE SANTO ANDRÉ
O Norte - Associação de Reformados e idosos da baixa da banheira
Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos - O Norte
No inicio do ano de 1985, um grupo de pessoas idosas lideradas por Mário Brázio, deram inicio a um processo de luta para a criação da Associação de Reformados O Norte, sendo Mário Brázio o seu primeiro presidente aquando da inauguração da sua primeira Sede Social em 16 Agosto do ano de 1985. O grupo de idosos solicitou à Câmara Municipal da Moita as instalações da Ex Quinta do Albino que serviam de vacaria, quinta que a Câmara adquiriu para o domínio público, tendo em conta à construção do Parque Ribeirinho Zeca Afonso. Após a cedência das referidas instalações o grupo de trabalho ergueu a sua sede com os apoios da Junta de Freguesia, Câmara Municipal e alguns construtores da freguesia. Mais tarde, um grupo de jogadores da malha que permaneciam na taberna do Feijão na Rua Sebastião da Gama junto à via férrea, solicitaram à Câmara um espaço do mesmo edifício Ex Vacaria da Quinta do Albino, onde acabaram por erguer a sua sede, ficando juntos com a associação, onde mais tarde viriam a ficar como secção desportiva desta associação. Com este reforço a associação ficou mais forte e surgiu a ideia de partir para a construção de uma nova sede, devido à adesão de associados e à crescente vontade de fazer crescer a associação tendo em conta a dinamização de algumas actividades, como são exemplo: - Malha de 18 metros; - Bailes populares; - Teatro/revista; - Grupo Coral e Musical; Av. Capitães de Abril, N.º 27 Tel. 21 204 98 65 Fax. 212 092 702 Secção Desportiva 21 205 01 67 Fundado em: 16 de Agosto de 1985 Ligações: Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos - O Norte |
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coral polifónico do alto do seixalinho
Na ponderação de vários analistas políticos que pró ou contra argumentam, alguns estados constroem poderes imperiais face a outros estados que menos poderosos os repetem relativamente aos seus súbditos.
Está bem claro, hoje, que as guerras promovem negócios de elevados lucros sobre a destruição da vida e dos bens dos outros. Potências bélicas investem na máquina de guerra e à custa da pulverização a ferro e fogo constroem poderes efémeros. A paz é tão pacata que não consegue opor-se e este processo destrutivo, perdendo invariavelmente o combate que há séculos as guerras, de benefícios privados, vêm impondo. A vida é cada vez mais tarefa árdua e as vozes que cantam são bálsamo para o tempo agreste que voa na nossa frente e nos arrasta na sucção dos ventos da história contemporânea que perigosamente uivam à nossa volta. Assim nada mais gratificante sabermos que tantos homens e mulheres promovem a paz com iniciativas que mitigam a violência física e psicológica que os patrões do mundo impõem unilateralmente. Serve este retrato de um certo panorama da civilização actual para fazer reflectir e comparar o belicismo com actividades pacíficas que desnudam os argumentos maquiavélicos dos promotores da força desmedida. É deste mundo que a seguir se fala, o oposto àquele monstro que deixo para trás, e se a mais não chegar, que sirva para se entender a diferença de estar na esfera dos vivos, na forma de viver a que todos temos direito, e aquele detonador da paz e da qualidade de vida. O carácter cultural do canto em coro é universal, elemento que remexe os sentimentos humanos, pode entristecer ou alegrar e povoar as nossas recordações. A génese do canto tradicional colectivo é a expressão da própria existência dos homens e mulheres, no trabalho, na família, na ocupação dos tempos livres e na comunicação com que se aliam no canto. Cantar significa desvendar os desejos, as ambições, as aspirações e a solidariedade nas gentes de um povo ou de uma comunidade. O canto em coro é um dos mais antigos elos sonoros da humanidade, cuja história está ligada ao som das vozes em colectivo. Com o desenvolvimento da técnica coral novas formas despontaram, estabelecendo-se a tão comum estrutura a quatro vozes. No Alto do Seixalinho, a freguesia mais populosa do concelho do Barreiro, por iniciativa do presidente da Junta de Freguesia, José António, após uma dica, para a formação do coral, por uma das actuais intérpretes do coro, Albertina Barão, numa perspectiva de plena oposição à violência, surgira um grupo coral nascido à sombra do chapéu financeiro da Autarquia do Alto Seixalinho e de um punhado de amigos e conhecidos prontos a dar voz a um coral polifónico e misto. A freguesia tem uma vocação cultural que vem crescendo com o actual Executivo. Nada mais natural que uma equipa de cantores tenha concebido o grupo de Canto Coral polifónico do Alto do Seixalinho a 25 de Janeiro de 2003, resultante da disponibilidade madura de um conjunto de actores vocais entroncada no querer jovem dos mais novos cantores. Logo que estruturada, a equipa de cantores iniciou a sua actividade com um reportório de cariz popular e tradicional, crescendo em direcção à canção mais erudita, pela batuta do maestro Maurício, nascido no Porto, com um vasto currículo na música como intérprete e no canto como Regente desta ancestral forma de expressão cultural na pluralidade de vozes femininas e masculinas. Do mestre Maurício Silva com quem conversámos, observámos nele uma personalidade bem vincada e de extremo apego às coisas da música e do canto. Desenvolto na transmissão do seu vasto conhecimento musical e do canto em coro. Abriu-nos a porta do seu relevante currículo musical e de maestro de canto plural. Aos doze anos, seguindo a esteira paterna, já floreava a música num grupo que sonorizava a sala do teatro próximo do seu burgo. Seguindo a vocação genética, estudou no conservatório e passou por várias orquestras, tocou no teatro de revista, actuou na Orquestra da Gulbenkian e trabalha actualmente no teatro Luísa Toddi, dando o salto para a direcção de vários conjuntos de coros, em Alhos Vedros, Fernão Ferro e Alto do Seixalinho. O Maestro revelou-nos que passado o tempo de trabalho necessário para harmonização do grupo coral, quer nas vozes no todo quer na procura do melhor som de cada voz individualmente, sente que o esforço compensou e hoje tem um conjunto de cantores que lhe garante o estatuto que um coro tem de assumir. É uma Associação homogénea, pois gravita à volta de amizades próximas, é ao mesmo tempo heterogénea na escala etária, as idades dos cantores variam dos 20 aos 70 anos. Isto não impede a harmonia dos intérpretes, nem a totalidade vocal que o Mestre do coro comanda. Na conversa que tivemos com o José António recolhemos, que: «o Grupo Coral é autónomo, e foi criado no princípio cultural que a Freguesia apadrinha. O suporte financeiro e logístico do coro pela Junta de Freguesia e outros patrocinadores ficara garantido no entendimento das partes, o resto foi com o grupo que à sua maneira faz a gestão da actividade do Coro, nos ensaios, actuações e ampliação do conjunto de cantores». É pois uma conjugação de interesses culturais que juntara a Autarquia Local e um núcleo de pessoas que, dando voz ao sentimento solidário, cantam para o público ouvinte. Três anos de crescimento. O pequeno grupo inicial tratara do alargamento do conjunto, convidaram amigos, conhecidos e familiares, agrupando as vozes necessárias para harmonia sonora do Coral, num convívio através do som das suas vozes numa união de cantores masculinos e femininos amadores, cujos objectivos são o prazer de passar o som plural das suas vozes ao público para que canta, desfrutando da dupla satisfação, divulgar o seu reportório polifónico vocal, contribuindo na educação lúdica pela arte de cantar e sentir o prazer do público que os escuta. Do contrato de interesses comuns ficou na geminada participação que a Junta de Freguesia cederia ao grupo coral a sala da Comissão de Moradores para os ensaios e assume desde a fundação do Coral as despesas com o contrato do Maestro. O presidente da Junta Freguesia fomentou e apoiou a formação do Coro e ainda participou, a par de sua filha, na criação do poema que enforma a letra do hino da freguesia, musicado por Paulo Cavaco, cuja letra canta assim: As Vozes erguem-se ao alto; Das vinhas nasceu o vinho; A cidade vem crescendo; Uma freguesia; Alto do Seixalinho; Gente simples; Tradição; Não pensamos só em nós; Sabemos estender a mão; Por isso não estamos sós; Lutamos; Sempre a sorrir; Com orgulho em sermos povo; Ao ver cravos abrir; Queremos um mundo novo. Três anos passados sobre a data da fundação do Coral, José António, afirmou-nos convicto de que: «O saldo, para a freguesia, entre os custos e a obra cultural que germina à volta do coro é excelente e muito positivo. O Grupo Coral é uma mais-valia e leva a Freguesia mais longe do ponto de vista cultural e social»; afirmou. Estendemos a nossa recolha de elementos chave desta importante iniciativa cultural, dialogando com a intérprete e dirigente do Grupo, Paula Silva, que amavelmente se prontificou a desvendar-nos a história do Coro que num casamento feliz com a Junta de freguesia desenvolve uma actividade cultural de real apreço e consequente entrosamento social. A conjugação de quatro dezenas de intérpretes une-se na estrutura polifónica tradicional de quatro tons, Baixo e Tenor nas vozes masculinas, Contralto e Soprano nas vozes femininas e a sua participação passa todos os anos pelas festas da Freguesia, bem como noutras manifestações religiosas ou profanas e um largo intercâmbio com outros grupos um pouco por todas as regiões de Portugal, sendo que a sua participação mais frequente se tem realizado na Freguesia, origem do Coro, e nas demais freguesias do Concelho do Barreiro. A gesta deste grupo está em parte no cenário que neste curto historial divulgamos. |
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